Pesquisa mostra que 81% da população carente espera ter mais chances pela informática
A periferia de São Paulo quer se familiarizar com a Internet porque acha que a rede de computadores pode melhorar a qualidade de vida de pessoas carentes. Esta é a principal constatação de uma pesquisa feita em fevereiro e divulgada pela Secretaria do Governo do Estado.
O estudo apurou que 81% dos moradores da periferia acham que suas vidas melhorariam se pudessem usar computador com Internet. ‘É um dado impressionante’, diz o secretário do Governo, Dalmo Nogueira Filho. Na sua análise, o resultado indica que as pessoas têm consciência da importância do acesso à Internet.
Apenas 16% disseram que a rede não alteraria seu cotidiano. Outros 3% dos entrevistados não souberam responder. Segundo Nogueira Filho, esse resultado comprova a utilidade do programa Acessa São Paulo e justifica a ampliação do número de unidades do projeto. O governo quer dobrar a quantidade de infocentros ainda este ano, chegando a 120 unidades no Estado. Para isso, foram destinados no orçamento de 2002 R$ 3,6 milhões.
Vida prática – Para os moradores da periferia, a necessidade de usar a Internet está relacionada a questões práticas, como saúde e emprego. A pesquisa mostra que 81% dos moradores querem utilizar a rede para marcar consultas, ver endereços de hospitais ou postos de saúde e tirar dúvidas sobre doenças. Procurar emprego, obter informações sobre vagas de trabalho e preparar currículos são usos prioritários para 79% dos entrevistados.
Apesar do entusiasmo mostrado pela maior parte das pessoas, o estudo verificou que 79% nunca usaram a rede e 60% não tiveram ainda contato com o computador.
A pesquisa também traçou um perfil socioeconômico dos moradores da periferia. De acordo com o estudo, 63% dos entrevistados não trabalham e entre os que estão empregados apenas 31% têm carteira assinada. A renda familiar média é de R$ 540,00.
Cada residência abriga 4,5 pessoas e há mais mulheres (51%) do que homens (49%). No item escolaridade, 47% estudaram até a faixa de 5.ª a 8.ª série do ensino fundamental e apenas 2% possuem curso superior.
Carlos Araújo