Morador de prédio também terá desconto

Folha de S. Paulo - Quinta-feira, 18 de março de 2004

qui, 18/03/2004 - 9h09 | Do Portal do Governo

Segundo o Secovi, redução de 20% na conta representará bônus em torno de 5% no total do valor do condomínio

DA REPORTAGEM LOCAL

Os moradores de condomínios da Grande São Paulo também receberão um bônus da Sabesp se conseguirem reduzir em 20% ou mais o consumo de água do prédio. Segundo o Secovi (sindicato das construtoras e imobiliárias), caso o benefício seja repassado integralmente ao morador do edifício, ele terá um desconto em torno de 5% na taxa de condomínio.

Na semana passada, no lançamento do Programa de Incentivo à Redução do Consumo de Água, o presidente da Sabesp (empresa estadual de saneamento), Dalmo Nogueira, havia dito que o desconto não poderia ser dado para moradores de apartamento, já que não há medidor de água individual na maioria dos edifícios.

A intervenção do Secovi, no entanto, tornou a medida possível.

O programa para incentivar a economia de água, anunciado na semana passada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), foi criado justamente em um ano eleitoral e quando a região metropolitana de São Paulo passa por uma crise de desabastecimento. Em dezembro, o sistema Cantareira, maior da região, tinha só 1,6% de sua capacidade preenchida. Ontem, era de 17,6%. O racionamento de água ainda não está descartado.

O sindicato de construtoras e imobiliárias sugeriu que o desconto de 20% fosse aplicado na parcela da conta de água no cálculo da taxa de condomínio.

No caso de quem mora em casa, o desconto será de 20% mesmo para quem economizar mais do que os 20% previstos na meta.

O gasto com consumo de água, segundo o Secovi, representa de 10% a 15% da taxa de condomínio. Se esse percentual for de 12,8%, por exemplo, o morador economizará algo em torno de 5% do valor total despendido para a manutenção de seu edifício.

O benefício deve atingir, só na capital paulista, segundo dados do Secovi, cerca de 5,8 milhões de pessoas que vivem em condomínios. Isso representa 55% da população da cidade. Na Grande São Paulo, esse número sobe para 7 milhões e, em todo o Estado, para 16 milhões de pessoas.

O programa vale até setembro e a meta de economia tem como base o consumo de março a setembro de 2003. Os gastos dos meses serão somados e divididos por seis e, da média obtida, serão descontados 20%, obtendo-se assim a meta de consumo.

Ainda segundo o Secovi, a conta de água é o segundo maior gasto da taxa de condomínio, perdendo só para a folha de pagamento.

Mesmo acreditando que ‘é mais difícil economizar sem a consciência exata de quanto se gasta’, o presidente da Sabesp acredita que um desconto no condomínio pode ser atraente aos olhos do morador. ‘O bônus para quem economizar vai pesar no custo do condomínio, que é alto. É provável que você consiga um resultado do conjunto de pessoas que moram no prédio’, disse.

Para o secretário Mauro Arce, mesmo sem a medição individual, ‘vai haver um esforço grande’ por parte dos condôminos para economizar água. ‘Em um prédio, é mais difícil ter controle dos gastos, mas estou partindo do pressuposto de que é uma conta importante do condomínio’.
Nas despesas dos órgãos estatais, a economia de 20% na conta de água pode chegar a R$ 100 milhões, segundo Alckmin.

Governo e Secovi também iniciam neste mês um estudo sobre a possibilidade de implantação de hidrômetro individual em edifícios. O estudo deve estar concluído em setembro.