JOSÉ DACAUAZILIQUÁ
Teste integra pacote de medidas de segurança para reduzir o número de crimes dentro e fora das composições
A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) está testando o uso de microcâmeras instaladas dentro dos vagões. O projeto-piloto visa diminuir o número de crimes dentro das composições, como vandalismo, roubos, furtos, assédio sexual, trabalho de ambulantes, consumo e tráfico de entorpecentes, além de monitorar as torcidas organizadas.
“O próximo teste será realizado com microcâmeras instaladas na parte da frente do trem para monitorarmos todo o trajeto”, disse o gerente de segurança da CPTM, Leopoldo Augusto Corrêa Filho.
Esse projeto-piloto faz parte do pacote de medidas do setor de segurança da CPTM. “Já fizemos licitação e compramos armamentos não-letais, como gás de pimenta e balas de borracha e tinta. Em dois meses estaremos recebendo esse material”, disse Corrêa Filho. Já o processo das microcâmeras está, segundo ele, “mais verde”.
As medidas adotadas pela CPTM resultaram em um feito histórico nos 14 anos da empresa: há dois meses não são registrados assaltos em suas bilheterias. No primeiro semestre, houve uma queda de cerca de 60% nos roubos, comparado com o mesmo período do ano passado. Caiu de 56 para 25 casos.
O último caso de assalto foi registrado no dia 24 de maio na Estação Antonio João, na linha B (Padre Amador Bueno/Júlio Prestes). Os dois criminosos roubaram R$ 300 e foram presos pela Polícia Militar.
Os fatores que contribuíram para reduzir os assaltos foram o treinamento especializado dos guardas ferroviários, maior número de retirada de dinheiro (sangria) do caixa e o circuito interno avançado.
O Circuito Fechado de TV (CFTV) começou a ser instalado há dois anos na CPTM. Hoje são 769 câmeras nas 83 estações. O sistema não serve apenas para inibir e ajudar a solucionar os casos de assaltos às bilheterias, mas também para combater atos de vandalismo.
O antigo sistema permitia a visualização de apenas uma estação por vez. O novo programa, que vai terminar de ser implantado no fim do mês, permite monitorar várias câmeras ao mesmo tempo. A qualidade da resolução gráfica é maior e o tempo de armazenamento de imagens aumentou de 5 para 20 dias.
“Com um maior número de sangrias, o roubo ficou menos atrativo. Antes os assaltantes levavam R$ 8 mil. Agora fica na faixa dos R$ 300”, disse finalizou Corrêa Filho.