Metrus aposta em multipatrocinado

Valor

ter, 28/04/2009 - 10h09 | Do Portal do Governo

Fundo do Metrô quer atrair empresas para administrar novos planos de previdência fechada

O Metrus, fundo de pensão dos funcionários do Metrô de São Paulo, quer atrair novas empresas para seu plano de previdência. A fundação aposta em novos planos multipatrocinados para crescer. Com patrimônio superior a R$ 800 milhões, o Metrus conta com benefícios diferenciados, como o plano de saúde próprio, que podem atrair novos participantes.

Por determinação da Secretária de Previdência Complementar (SPC), a entidade do governo que regulamente e fiscaliza os fundos de pensão, as fundações não podem mais criar novos planos de saúde. No entanto, as que já têm, podem continuar com seus planos.

É o caso do Metrus, que começou a administrar o plano de saúde do Metrô, até incorporar o plano. Recentemente, o Metrus Saúde foi um dos cinco planos no Estado de São Paulo a receber a nota máxima da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Por isso, Fábio Mazzeo, presidente do Metrus, acredita que esse é um diferencial importante, capaz de atrair empresas públicas e até privadas. Segundo ele, já foram feitos vários contatos e as perspectivas são animadoras.

Um dos fundos multipatrocinados mais conhecidos do mercado é a Fundação Cesp, que reúne 14 empresas patrocinadoras, a maioria do setor elétrico. É o maior fundo de pensão privado do país, com mais de R$ 15 bilhões em patrimônio.

O Metrus, criado em 1993, tem 10 mil participantes, incluindo 2 mil que já são aposentados. Chegou este mês a um patrimônio de R$ 864 milhões. Até o início de abril, a rentabilidade nominal foi de 5,32%, superior à meta atuarial de 2,76% no período e revertendo o desempenho mais fraco de 2008. “Recuperamos em um curto período de tempo”, disse Mazzeo.

No ano passado, o fundo não conseguiu superar a meta por conta das turbulências dos mercados. A rentabilidade foi de 3,05%. A culpa foi dos investimentos em renda variável, que despencaram. Mazzeo conta que o fundo optou por ter uma gestão ativa na bolsa, comprando e vendendo ações à medida que a bolsa subia ou descia.

No primeiro trimestre, ao contrário de 2008, os investimentos em renda variável garantiram os ganhos do fundo. No plano de benefício definido, a carteira rendeu 17,44% até o dia 3 de abril deste ano. No plano de contribuição definida, cujo patrimônio é menor, o retorno em ações foi de 13,95%.

Na carteira de renda fixa, a estratégia foi apostar em títulos públicos indexados à inflação. Além disso, investiu em Cédulas de Depósito Bancário (CDBs). Em meio à crise, grandes bancos estavam pagando taxas atrativas para captar no mercado via CDB. O fundo também aposta em papéis privados. “Estamos estudando algumas propostas de debêntures”, diz Mazzeo.

O Metrus optou ainda por aplicar recursos em outros tipos de investimento. Comprou CRI (certificados de recebíveis imobiliários) da Universidade de Guarulhos e CCB (cédula de crédito bancário, instrumentos usados por empresas para captar) de um projeto de energia eólica no Rio Grande do Norte.