O bilhete único estadual, apresentado ontem em audiência pública, poderá ser usado como dinheiro eletrônico, além de pagar passagens no Metrô, CPTM e EMTU
DANIEL GONZALES
O modelo do bilhete único estadual, apelidado de Metropass, foi apresentado ontem, em audiência pública, a representantes da comunidade e de empresas interessadas em participar da concessão para sua operação. Segundo a Secretaria de Transportes Metropolitanos, o cartão estadual poderá ser usado como dinheiro eletrônico, para pagamentos de estacionamentos, pedágios e até como vale-refeição.
Inicialmente, o cartão com chip, semelhante ao do bilhete único da Prefeitura, poderá ser carregado nos postos autorizados e servirá como meio de pagamento de passagens do Metrô e nos trens da CPTM. Numa segunda fase, também poderá pagar a passagem nos ônibus intermunicipais da EMTU.
O governo do Estado reforçou que, à empresa interessada em operar o Metropass, será feita exigência de que o sistema seja compatível com o bilhete único da Prefeitura, para uma futura integração. O uso conjunto dos dois cartões já está em discussão por técnicos estaduais e municipais, e pouparia a necessidade de o usuário de trem ou Metrô e ônibus andar com dois cartões e ter de recarregá-los em locais diferentes.
‘Até o final do ano estaremos assinando o contrato com a empresa vencedora da licitação para a implementação do sistema’, disse o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes. O edital de licitação será publicado em julho.
O presidente do Metrô, Luiz Carlos David, disse que o custo do sistema para o Estado será zero. Isso porque é a vencedora da licitação que terá de comprar equipamentos, como catracas, validadores, maquinário para recarga de cartões, e também operar o sistema, por 20 anos, com possibilidade de prorrogação. Em troca, o concessionário terá o direito de ficar com uma porcentagem sobre cada viagem, ainda não definida pela secretaria. Já a Prefeitura de São Paulo gastará cerca de R$ 70 milhões neste ano, para implementação do bilhete único, em funcionamento desde o mês passado.
Da audiência pública, que ocorreu na manhã de ontem, no auditório do Instituto de Engenharia, participaram técnicos do Metrô, CPTM, EMTU e técnicos de empresas do setor de tecnologia, interessadas em participar da licitação.
