Metrô vai iniciar desapropriação para a Linha 4

Diário de S. Paulo - 02/10/03

qui, 02/10/2003 - 10h17 | Do Portal do Governo

Novo ramal vai ter 12,8 km de ex-tensão, 11 es-tações e ligará a Vila Sô-nia à Estação da Luz. Na pri-meira fase 72 imóveis serão desapropriados

Regina Terraz

O Metrô de São Paulo começa a desapropriar ainda neste mês 72 imóveis para a construção da Linha 4 (amarela), que vai ligar a Vila Sônia, na Zona Oeste, à Estação da Luz, no Centro, passando pelos bairros do Morumbi, Butantã, Pinheiros e Higienópolis. Ontem, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) assinou os contratos para dar início às obras. A linha terá 12,8 quilômetros de extensão e a previsão é de que as cinco primeiras estações (são 11 ao todo) estejam prontas em 2007. As demais só devem começar a funcionar em 2010.

Segundo o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, as 72 desapropriações para a primeira fase da obra terão custo de R$ 54 milhões. Para construir toda a linha, serão desapropriados 232 imóveis. A previsão é de que os gastos cheguem a R$ 120 milhões. As obras devem começar, de fato, no início do ano que vem. Isso, se não houver pendências judiciais por causa das desapropriações. Fernandes afirma que 23 proprietários já fecharam acordo. Os demais devem recorrer à Justiça.

Apesar disso, o secretário acredita que a obra não irá atrasar. Segundo ele, foi fechado acordo prévio com a Justiça: se a companhia depositar 80% do valor estimado do imóvel, ele será liberado, enquanto o seu preço é discutido judicialmente. Grande parte dos imóveis desapropriados na primeira fase ficam na Vila Sônia, onde será construído o pátio de estacionamento dos trens.

Essa é a primeira linha de metrô privatizada no Brasil. O Governo estadual bancará 58,2% do custo da obra e a iniciativa privada, 41,8%, de um total de US$ 1,26 bilhão. Um consórcio privado, porém, vai operar a linha por 30 anos e ficará com toda a arrecadação das 11 estações.

A linha, que passará por baixo do Rio Pinheiros e da Avenida Rebouças, custará US$ 734 milhões na primeira fase. Desse montante, US$ 250 milhões vêm de empresas privadas e servirão para comprar trens e equipamentos.

O restante do dinheiro é investimento do Governo estadual: US$ 265 milhões dos cofres estaduais e US$ 418 milhões de financiamentos do Banco Mundial (Bird) e Japan Bank for Internacional Cooperation (JBIC). A Prefeitura de São Paulo também vai investir cerca de R$ 15 milhões em uma estação da linha. Os governos municipal e estadual tentam fazer com que a Estação Faria Lima, no Largo da Batata, fique pronta até 2007.