Metrô vai ganhar 4 superestações

O Estado de S.Paulo - Segunda-feira, 26 de Setembro de 2005

seg, 26/09/2005 - 11h37 | Do Portal do Governo

Estações gigantes da futura Linha 4, que deve ficar pronta em 2009, vão receber até cinco vezes mais pessoas que atualmente

Cinthia Rodrigues

O metrô de São Paulo vai entrar na era das superestações. Com a conclusão da Linha 4 (Amarela), prevista para 2009, a cidade terá no subsolo formigueiros de gente. Atualmente, mais de 650 mil pessoas circulam por dia no Metrô Sé, entroncamento das Linhas 1 (Azul) e 3 (Vermelha). Em quatro anos, mais quatro estações vão receber multidões e, para isso, terão equipamentos nunca utilizados no metrô, como esteiras rolantes.

Entre as 11 paradas previstas na Linha 4, as da Luz, República, Paulista-Consolação e Pinheiros podem ser consideradas estações gigantes. Em média, cada uma deverá receber cinco vezes mais gente por dia do que hoje. Para isso, todas serão duplicadas. O projeto da Secretaria de Transportes Metropolitanas prevê uma nova estação interligada a cada uma das já existentes.

No caso da Luz, ponto de partida da Linha 4, foram desapropriados 26 terrenos para a construção da nova estação. Ela será interligada à já existente, da Linha 1 (Azul), pelo corredor de ligação com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Quem passa pela estação atualmente já pode ver na parede o desenho de um trem em tamanho natural no local onde ficará o acesso para passageiros com destino à zona sul.

A novo Metrô Luz terá ao todo 19 escadas rolantes, 12 comuns e 4 elevadores. Na estação, com saídas para as Ruas Mauá, Cásper Líbero e Brigadeiro Tobias, haverá 14 bloqueios pelos quais deverão passar 103 mil pessoas diariamente. O gerente de Planejamento do Transporte Metropolitano, Ismael Molina, calcula que o público circulante no Complexo Luz passe das atuais 180 mil para 400 mil pessoas.

Dali, a próxima parada para quem usar a nova linha será a República. Em estrutura física, ela é a que terá menos mudanças, porque já foi concebida para comportar a integração. Desde a inauguração, em 1982, há plataformas de 30 metros que aguardam novos trens. O espaço de circulação do lado de fora dos bloqueios continuará o mesmo. Mas a modernização do sistema não vai permitir o uso do trecho, que será substituído por outro nos mesmos moldes.

Em vez de receber apenas as 54 mil pessoas que hoje usam a estação porque trabalham ou moram perto, a República deverá ter 320 mil pessoas circulando pelas plataformas por dia.

A Linha 4 será a opção mais curta de ligação entre as Linhas 3 e 2 (Verde). Quem antes tinha de dar a volta e percorrer quatro pontos da Linha 1 para ir do centro à Avenida Paulista terá, a partir de 2009, apenas uma parada, em Higienópolis.

A superestação Paulista-Consolação será construída a uma boa distância da existente hoje. Ela terá entradas na Rua da Consolação e, para chegar às saídas atuais do metrô, será preciso andar um trecho sob a Consolação e mais duas quadras sob a Avenida Paulista por um extenso corredor subterrâneo.

A primeira esteira rolante do transporte público brasileiro será instalada nesse corredor, de 100 metros de comprimento. Está previsto que 280 mil pessoas passem pela superestação em dias úteis.

As outras paradas até a Vila Sônia serão menos movimentadas, mas antes de chegar de vez à zona sul haverá outra interligação com a CPTM. Pelos cálculos dos especialistas do Metrô, a Estação Pinheiros, que atualmente recebe apenas 3 mil passageiros de trem, vai ter de comportar 270 mil pessoas.

Todo esse investimento pode desafogar a Estação Sé, mas, com o aumento total de passageiros no sistema quando tudo estiver pronto – de 2,3 milhões para 4 milhões -, Molina não arrisca estatísticas de redução do movimento por lá. ‘Vamos ganhar novas superestações, mas a Sé continuará com lugar cativo.’