Metrô vai contratar 100 funcionários para evitar greve

Estadao.com.br - Sexta-feira, 3 de agosto de 2007

sex, 03/08/2007 - 12h30 | Do Portal do Governo

Estadão

O Metrô já prevê a contratação de 100 operadores imediatamente para formar uma equipe de emergência. Segundo o secretário estadual de Transportes Metropolitanos e presidente do Metrô, José Luiz Portella, os novos funcionários passarão por treinamento de quatro meses e receberão por hora trabalhada. “Uma pequena parte deles vai operar no dia-a-dia, porque estamos precisando de mais funcionários”, adiantou Portella. “A cidade não pode ficar na mão de uma minoria.”

Na terceira greve dos metroviários do ano, a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) decidiu reagir. Para tentar cumprir determinação da Justiça do Trabalho de manter 85% da frota funcionando foram convocados 700 funcionários para ocupar postos de sinalização, bilheterias e controle dos trens. “Todas as pessoas que conduziram as composições tinham habilitação e em algum momento já tinham sido operadores. E fizemos foi uma reciclagem durante a noite anterior”, afirmou Portella.

Foram convocados até dois assessores de imprensa, que por 10 anos trabalharam na operação do sistema. O esquema será mantido nesta sexta-feira, nas mesmas Linhas 1 Azul (Jabaquara-Tucuruvi) e 2 Verde (no trecho entre Ana Rosa e Clínicas). A Linha 3 não vai funcionar porque não há pessoal suficiente.

A convocação da força-tarefa, porém, é criticada pelo Sindicato dos Metroviários, que entrou até com denúncia na Delegacia Regional do Trabalho. O presidente do sindicato, Flávio Godoi, considerou a medida arriscada e acusou o Metrô de usar pessoal não qualificado para operar os trens. “Eles não são treinados para fazer isso porque são da parte administrativa do Metrô de São Paulo. Essa operação coloca em risco a vida dos usuários”, disse.

Segundo o sindicato, um dos operadores que ocuparam a cabine de um trem da Linha 1 Azul “atropelou” duas máquinas de chave de via, aparelhos que dão direção aos trens, e poderia ter causado descarrilamento. Os metroviários afirmaram ainda que outro operador teria ultrapassado um sinal vermelho. Antes mesmo dos incidentes, o sindicato já tinha se eximido de qualquer problema que pudesse ocorrer durante a operação.

Após a denúncia na Delegacia do Trabalho, um auditor fiscal foi designado para vistoriar a operação na Estação Ana Rosa, na linha 2. Segundo Portella, nada de irregular foi constatado. O sindicato contesta a informação e garante que as denúncias foram confirmadas.