Metrô usa câmeras para checar trilhos

Jornal da Tarde - Terça-feira, 29 de janeiro de 2008

ter, 29/01/2008 - 12h19 | Do Portal do Governo

Jornal da Tarde

Duas bases de manutenção, cada uma com dois funcionários treinados para identificar problemas em trens e trilhos, com ferramentas para consertos de emergência, estão em funcionamento desde ontem no Metrô. Também desde ontem, a companhia realiza as inspeções nos 61,3 quilômetros de vias com cinco equipamentos de termovisão. São câmeras com tecnologia infravermelha e sensibilidade ao calor, capazes de evidenciar fissuras e defeitos nos trilhos. A iniciativa faz parte do pacotão de 21 medidas antipanes, anunciado há uma semana.

O Metrô sempre garantiu que não há problema com a manutenção, mas anunciou as medidas depois que foram registradas quatro panes em 14 dias, este mês. As medidas são vistas com reservas pelo Sindicato dos Metroviários. “Elas ajudam, mas não vão resolver o problema”, diz Wagner Gomes, presidente do sindicato.

As bases de manutenção serão permanentes e ficarão localizadas nas Estações Sé (que faz parte das Linhas 1 – Azul e 3 – Vermelha) e Ana Rosa (que interliga as Linhas 1 – Azul e 2-Verde). A primeira vai operar nos horários de pico da manhã e tarde; a outra, 24 horas. Caso haja ocorrência por perto, como a perda de tração de uma composição (problema que já ocorreu três vezes este ano), serão esses metroviários os responsáveis por chegar primeiro ao local e tentar solucionar o defeito.

Os aparelhos de termovisão serão utilizados ao lado de outros equipamentos nas inspeções visuais e por medição de vibração nos trilhos, todas as noites, entre meia-noite e 4 horas, quando o metrô não circula. Ao apontar o aparelho para a via, o metroviário saberá, pela cor da imagem exibida pela câmera, se ele tem algum ponto que necessite de reparo. A câmera converte a radiação infravermelha emitida pelos trilhos, invisível ao olho humano, em uma imagem colorida. Os pontos fracos aparecem com cores diferentes. Até o fim de fevereiro, o metrô recebe, ainda, quatro veículos, denominados terravia. São uma espécie de picape adaptada, que pode andar tanto no asfalto quanto nos trilhos do metrô. Servirão para dar mais agilidade à manutenção, segundo a companhia.

Os 200 aprendizes contratados em caráter temporário pelo Metrô também começaram a passar por treinamento, ontem. Eles atuarão como auxiliares nas estações, orientando passageiros, conduzindo deficientes e realizando outras tarefas. São jovens de 18 a 21 anos, que trabalharão na companhia por seis meses. Passarão por treinamento de reciclagem, ainda, 200 funcionários da área de supervisão das linhas.