Metrô retomará obras em 15 dias

Folha de S.Paulo - Quarta-feira, 18 de abril de 2007

qua, 18/04/2007 - 12h08 | Do Portal do Governo

Folha de S.Paulo

O secretário dos Transportes Metropolitanos do governo José Serra (PSDB), José Luiz Portella, afirmou ontem que todas as frentes de obras da linha 4-amarela do Metrô interrompidas há dois meses para inspeções de segurança deverão ser retomadas em até 15 dias.

A nova previsão -que só não abrange a estação Pinheiros, onde a abertura de uma cratera deixou sete mortos em janeiro- foi dada após divergências entre técnicos do Metrô, do Consórcio Via Amarela e do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) sobre os atrasos para a volta dos trabalhos.

Portella não forneceu detalhes sobre a eventual aprovação dos relatórios de segurança pelo IPT -que não liberou a obra nas primeiras análises e não revelou os resultados depois de receber novos documentos.

As construtoras responsáveis pela linha dizem aguardar a retomada ainda nesta semana das escavações em ao menos 4 das 23 frentes paradas: Caxingui/Morumbi, Caxingui/ Três Poderes, Três Poderes/ Caxingui e Três Poderes/Butantã.

O IPT informou que entregaria ontem à noite as análises dos novos relatórios que poderiam ou não liberar parte da obra a partir de hoje, mas seus técnicos já manifestaram insatisfação diante das cobranças.

Pelo TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado há dois meses, seriam preparados relatórios pelo Consórcio Via Amarela em 23 frentes interditadas, os quais passariam pelo crivo do IPT para que os trabalhos pudessem ser liberados.

O processo completo deveria durar 50 dias, mas a liberação dos primeiros trechos deveria sair ainda no fim de março. Até ontem, não havia autorização para nenhuma das frentes.

A paralisação das obras, exceto em algumas atividades, deve provocar atrasos no cronograma de entrega da linha 4 -programada inicialmente para 2008 e adiada para 2009.

“Pontos impeditivos”

O IPT disse ontem que “vem cumprindo rigorosamente” seu cronograma para a entrega dos relatórios de inspeção e afirmou que houve atrasos por parte do consórcio para a entrega de documentos complementares solicitados -que deveriam ter sido apresentados no começo de abril, mas só acabaram de ser entregues anteontem.

O instituto afirmou, em nota, que, nos 12 relatórios de verificação técnica já emitidos, “faltava em todos os laudos a análise de três pontos considerados impeditivos para a retomada das obras: perfurações exploratórias de sondagem, plano completo de instrumentação e gerenciamento de risco”.

O Consórcio Via Amarela, por sua vez, divulgou uma nota ontem informando que “todos os documentos e esclarecimentos adicionais requeridos pelo IPT estão sendo prontamente atendidos”.

Em ocasiões anteriores, técnicos do consórcio chegaram a atribuir até ao Metrô uma parte da demora para a entrega de documentos -algo negado com veemência pela companhia.

O promotor Carlos Amim Filho, que participou da elaboração do TAC, informou ontem, por meio da assessoria de imprensa do Ministério Público, que não recebeu novos laudos e nenhuma informação sobre liberação das frentes de obra.