Bruno Tavares
A cada 90 dias, a companhia precisa fazer uma desratização para conter os roedores, que gostam de comer o PVC que envolve os cabos elétricos das linhasHá 31 anos, funcionários do Metrô travam uma árdua batalha nos subterrâneos de São Paulo. O inimigo é pequenino e, para muitos, repugnante. Em bando, podem colocar em risco a segurança de milhares de passageiros. Isso parece ficção científica, mas não é. Para evitar que os ratos danifiquem os cabos ao longo dos trilhos, a Companhia do Metropolitano realiza, desde 1974, um rigoroso programa de higienização de suas instalações.
Os trabalhos começam muito antes da chegada de trens e passageiros. Para que não haja uma invasão de ratos e insetos durante as demolições, todos os imóveis localizados num raio de 100 metros do futuro traçado passam por desratização e desinsetização. Ontem, técnicos estiveram nas imediações da futura Estação Ipiranga, na Zona Sul.
Além da higienização das áreas desapropriadas, o Metrô também aplica veneno em estações, túneis, vias, trens e pátios. ‘O objetivo é garantir a segurança das operações. Os ratos gostam de roer o PVC que envolve os cabos e isso pode provocar sérios problemas elétricos’, comenta Luiz Carlos Pereira Grillo, gerente de construção civil do Metrô.
Graças ao programa, a companhia conseguiu reduzir em aproximadamente 70% a população de ratos e insetos. Os outros 30% são controlados com o uso contínuo de veneno. Ainda de acordo com o Metrô, a desratização é feita a cada 90 dias, e a desinsetização a cada 30 ou 90 dias, conforme a necessidade.