Metrô instala detector de metais e bilheterias blindadas nas estações

Diário de S. Paulo - Quarta-feira, 7 de abril de 2004

qua, 07/04/2004 - 10h05 | Do Portal do Governo

Teste com equipamento deve começar hoje na Marechal Deodoro, Centro, onde na semana passada ocorreram três assaltos a usuários

Cristina Christiano

Os usuários do Metrô de São Paulo vão passar por detector de metais. O teste deve começar hoje, na estação Marechal Deodoro, na região central, por onde circulam diariamente 35 mil pessoas. A medida pretende coibir assaltos a passageiros que compram vales-transporte no posto da SPTrans da Praça Marechal Deodoro.

As sete estações entre Belém e Patriarca – pertencentes à Linha 3/Vermelha, na Zona Leste – são as mais visadas pelos ladrões de bilheterias e também ganharão reforço na segurança. A partir do segundo semestre, elas deverão contar com cabines blindadas, semelhantes à instalada na Estação da Luz há um ano e meio. Segundo o Metrô, o equipamento ajudou a zerar o número de roubos ocorrridos no local.

O processo de licitação para as novas bilheterias já foi aberto e a previsão é de que seja concluído em 60 dias.

Segundo José Luiz Bastos, chefe do Departamento de Segurança do Metrô, a Estação Marechal Deodoro foi escolhida para o teste com o detector de metais porque, na semana passada, ocorreram três roubos a mão armada contra usuários que haviam acabado de comprar passes. ‘As pessoas são seguidas pelos bandidos desde a rua e atacadas geralmente bem distante do local onde embarcam’, diz.

Bastos afirma que as vítimas desse tipo de assalto são sempre as mesmas. São pessoas que atraem os ladrões por terem feito saques em caixas eletrônicos, resgates em bancos ou por comprar jóias, dólares ou vales-transportes.

O chefe da segurança afirma que os detectores de metais serão móveis. ‘No momento, a nossa preocupação é a Estação Marechal Deodoro, por causa dos roubos de passes. Mas, se detectarmos novos casos em outros pontos, o equipamento será deslocado’, declara.

O detector será instalado a três metros das catracas de acesso aos trens. Bastos sabe que a medida poderá causar transtornos aos usuários e até filas, mas afirma que os passageiros vão entender: ‘Será para o bem deles’, argumenta.

Em princípio, serão instalados três detectores tipo portal, entre 9h e 16h, para coincidir com o horário de funcionamento do posto de venda de passes. ‘Se houver demora ou filas, vamos liberar a passagem dos usuários e trabalhar por amostragem até desafogar. Mas a intenção é submeter todos ao detector’, afirma.

Assaltos

Segundo estatísticas do Metrô, os assaltos às bilheterias estão caindo. A média mensal neste ano é de quatro casos, contra 26 em 2003. ‘Em 2004, estamos obtendo a melhor marca dos últimos 10 anos’, diz Bastos. De acordo com ele, os números baixaram graças ao monitoramento nas 52 estações e o reforço na segurança, hoje composta por 914 homens.

Mesmo sem revelar valores, Bastos afirma que as cabines blindadas demoraram para ser instaladas por causa do custo elevado. Além disso, diz ele, o Metrô não sabia se haveria mudança no sistema de arrecadação, com a implantação do cartão magnético. ‘Mas decidimos não esperar mais, porque desde que a cabine foi instalada na Luz não registramos mais nenhum assalto lá. E olha que ela era uma das mais visadas.’

‘Logo após instalarmos a cabine blindada na Luz, com aviso em cima, ocorreram três tentativas. Mas depois, vendo que não tinham chance, os ladrões desistiram dos roubos’, comemora Bastos. (Colaborou Gio Mendes)