Metrô e CPTM ampliam dias e horários de circulação de bicicletas nos vagões

Folha de S.Paulo - Segunda-feira, 22 de setembro de 2008

seg, 22/09/2008 - 9h02 | Do Portal do Governo

Folha de S.Paulo

Cidade-símbolo de engarrafamentos, São Paulo tenta, ainda que a passos curtos, incentivar o uso de um transporte limpo, sustentável e que, de quebra, promove um hábito saudável: a bicicleta. Em meio aos caos patrocinado pelos automóveis, a integração entre bikes e transporte coletivo, comum na Europa, ganha fôlego no metrô e nos trens da CPTM.

Dois exemplos: neste final de semana, a permissão, que existia desde fevereiro de 2007, foi ampliada. Agora, bicicleta é bem-vinda a partir das 14h dos sábados. Domingos e feriados estão livres o dia todo. As mesmas medidas valem para a CPTM. O Metrô calcula que 400 ciclistas devam passar pelas catracas nos finais de semana. Na última quarta, os ciclistas passaram a usar o metrô de segunda a sexta, a partir das 20h30.

Vem mais por aí. Até o final do mês, o metrô deve contar com bicicletários em oito estações. A intenção é promover deslocamentos de bicicleta em pequenos trajetos.

O empréstimo será gratuito por 60 minutos (depois, custa R$ 2/ hora).

Os ciclistas aprovam. “A partir de iniciativas como essas, outras virão. Não é mais possível ficarmos trancafiados nos carros”, diz Sergio Affonso, 37, presidente do CAB (Clube dos Amigos da Bike).

Quem viu os bikers circulando ontem no metrô gostou da idéia. “Tô pensando em começar a pedalar”, disse a contadora Elena Pereira, 43, na estação Imigrantes.

Affonso faz uma ressalva. “Andar de bicicleta é uma coisa. Andar de bicicleta pelas ruas de São Paulo é outra.” Ciclistas precisam estar atentos às medidas de segurança, como o uso de capacete, luvas, óculos e farol dianteiro e pisca traseira e respeitar o Código de Trânsito Brasileiro.

Ciclistas atropelados

Vale aqui um registro: no ano passado, 83 ciclistas foram atropelados em São Paulo. Uma boa alternativa seria construir faixas exclusivas para os ciclistas. A cidade tem hoje 23,5 km de ciclovias. Número pífio, se comparado ao de Berlim, Paris e Amsterdã.

Candidatos à Prefeitura de São Paulo, Marta, Kassab, Alckmin e Soninha prevêem projetos de investimentos em ciclovias. Bem acolhidos, na opinião de entidades dos ciclistas, mas não suficientes. Segundo José George Breve, 58, presidente da FPC (Federação Paulista de Ciclismo), campanhas educativas para orientar o motorista a respeitar os ciclistas também são indispensáveis. “Caso contrário, corremos o risco de problemas no futuro, como acidentes graves, inclusive fatais.”

Regras não são exclusividade das ruas. Uma cartilha orienta ciclistas sobre regulamentos no metrô e nos trens. Embarques somente no último vagão. No metrô, são permitidas até quatro bicicletas por viagem. Nos trens da CPTM, são duas.