Metrô desapropria áreas para Linha 2

Jornal da Tarde - Sexta-feira, 30 de janeiro de 2004

sex, 30/01/2004 - 12h25 | Do Portal do Governo

BRUNO TAVARES

Um decreto do governador Geraldo Alckmin, publicado ontem no Diário Oficial, autoriza a desapropriação de 108 imóveis nos bairros de Vila Mariana, Cursino e Ipiranga, na Zona Sul, para as obras de extensão da Linha 2 (Verde) do Metrô. Segundo o presidente da companhia, Luiz Carlos Davi, os proprietários serão notificados nos próximos 30 dias. A construção de 2,8 km de vias – ligando a Estação Ana Rosa, que hoje é terminal do ramal Paulista, à Imigrantes – ainda não tem data para começar.

A desapropriação, de acordo com Davi, é o primeiro passo para o início das obras. “Com esse decreto, podemos solicitar junto à secretaria do Meio Ambiente a licença para começar as escavações”, explica. Nesta primeira etapa, a linha irá até a Estação Imigrantes, passando pela Chácara Klabin, a meio do caminho. Se a previsão do Metrô se concretizar, a partir de outubro de 2006 o trecho estará pronto para entrar em funcionamento.

Segundo o presidente, a extensão da Linha 2 será inteiramente subterrânea – pelo projeto, a única estação suspensa é a Imigrantes. Com isso, o número de desapropriações também será menor. A verba prevista para o ressarcimento dos proprietários de imóveis da região é de R$ 27,5 milhões. “Mas essa quantia é variável, pois depende dos acordos que iremos fechar com os donos desses imóveis”, ressalta o presidente.

Muitos desapropriados vão para a Justiça

Esse entendimento não costuma ser fácil. Nas desapropriações que vêm sendo feitas para a construção da Linha 4 (Amarela) – que vai ligar a Estação da Luz, no Centro, à Vila Sônia, na Zona Sul –, 95% dos casos tem sido resolvidos na Justiça. “Fazemos um levantamento na região e pagamos, muitas vezes à vista, o valor de mercado do imóvel”, garante Davi. “Ainda assim, muitos proprietários rejeitam acordo.”

Para tentar agilizar o processo, o Metrô deposita, em juízo, 80% do preço estipulado pelo juiz e entra com pedido de emissão de posse. Desta forma, a obra pode continuar mesmo antes das partes chegarem a um consenso.

Alguns donos de imóveis, ainda segundo o presidente, acabam aceitando os 80% e discutem o restante na Justiça.

O custo total da extensão da linha 2 foi orçado em R$ 300 milhões, dos quais R$ 110 milhões provêm dos cofres da Fazenda estadual. O restante do dinheiro, segundo o Metrô, deve vir do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A Linha 2, que atualmente une a Estação Vila Madalena, na Zona Oeste, à Ana Rosa, passando pela Avenida Paulista, transporta cerca de 300 mil passageiros por dia. Com o novo trecho, terá um acréscimo estimado de 60 mil.

A segunda etapa da Linha 2 inclui a construção de mais 2,3 km de vias, duas estações (Ipiranga e Sacomã) e um pátio de manutenção de trens (Delamare), na extremidade da linha. O investimento será de pouco mais de R$ 1 bilhão e as obras devem começar em janeiro de 2005 – com término previsto para dezembro de 2008. Com o prolongamento dos trilhos até a estação Sacomã, a linha atenderá também a população do ABC.