Metrô chega ao Ipiranga

Jornal da Tarde - Quinta-feira, 30 de março de 2006

qui, 30/03/2006 - 12h33 | Do Portal do Governo

Construído em apenas dois anos, o novo trecho da Linha Verde do metrô – mais de três quilômetros de trilhos -, que irá levar os passageiros da Vila Madalena até a nova estação Imigrantes, começa a funcionar hoje, atendendo 320 mil pessoas por dia

Por Aryane Cararo

Em tempo recorde, o Metrô inaugura hoje mais três quilômetros de trilhos que vão ligar a estação Vila Madalena a Imigrantes, no Ipiranga, pela Linha 2-Verde. Foram apenas dois anos desde que o governador Geraldo Alckmin deu início às obras ao acionar às máquinas de perfuração dos túneis na esquina da Rua Vergueiro com Carlos Petit. E, hoje, a partir das 10h, o governador será um dos primeiros a embarcar na estação Ana Rosa rumo à Imigrantes. O trem que levará passageiros ilustres é o mesmo que beneficiará mais 40 mil usuários por dia quando a Linha estiver em operação comercial.

Com o novo trecho, a Linha Verde passará a atender 320 mil passageiros por dia. Por enquanto, o trem passará reto pela estação Chácara Klabin, que será entregue no dia 29 de abril. Quando os trilhos chegarem à estação Alto do Ipiranga, que será inaugurada em novembro, mais 50 mil pessoas por dia poderão chegar em minutos a seus destinos, sem enfrentar lentidão nas ruas e poluição. “É um orgulho ver aquilo que se projetou tornar-se realidade. Sabe aquela coisa do desbravamento? De avançar mais um trecho no subsolo de São Paulo?”, diz, quase emocionado, o diretor de engenharia e construções do Metrô, Sérgio Salvadori.

A população poderá experimentar esse “desbravamento” gratuitamente até o dia 14 de abril, em viagens experimentais das 10h às 15h. A cada seis minutos, um trem partirá de Ana Rosa e chegará a Imigrantes e vice-versa – serão 100 viagens diárias. Quem embarcar na estação Imigrantes e quiser prosseguir viagem depois de Ana Rosa terá de passar o bloqueio e pagar. Depois do dia 15, a linha passa a operar comercialmente das 4h40 à 0h.

Até mesmo o perfil da linha mais elitista do Metrô deve mudar, com a chegada ao Ipiranga. “O perfil tende a se homogeneizar e ficará parecido com o da Linha 1-Azul (Jabaquara-Tucuruvi)”, diz o diretor de operação do Metrô, Décio Tambelli.

O trabalho no novo trecho chegou a envolver 2.300 empregados, teve alguns percalços durante as obras, que acabaram atrasando a entrega da estação Chácara Klabin, e inaugurou novidades tecnológicas. Na construção, a expansão da Linha Verde inovou ao usar o método invertido na Chácara Klabin (começando a construção pelo teto), ao instalar placas anti-ruído no elevado sobre a Ricardo Jafet, ao implantar sistema de amortecimento de ruídos e vibrações nos trilhos, e trabalhar com 250 toneladas de gelo para resfriar o concreto carregado por 192 caminhões, que foi usado numa das lajes da Imigrantes. As estações novas também serão as primeiras a saírem do forno com câmeras de alta resolução e zoom de aproximação, bilheterias blindadas e circuito fechado de TV em sistema digital. Quando chegar ao fim, em novembro, a expansão terá consumido R$ 922,5 milhões. “A marca dessa linha vai ser a da mobilidade e de trazer para a Cidade mais qualidade de vida e competitividade”, profetiza Tambelli.

colaborou Reynaldo Gollo