Metrô abre as portas para farmácias e supermercados

Valor Econômico - Terça-feira, 15 de abril de 2008

ter, 15/04/2008 - 12h11 | Do Portal do Governo

Valor Econômico

A Companhia do Metropolitano de São Paulo avança no plano de aumentar a receita não tarifária da empresa e abre as portas, pela primeira vez, a farmácias e supermercados. A meta é elevar a participação desses negócios paralelos dos atuais 7% da receita total da companhia para 10% em 2010.

O Metrô faturou, em 2007, R$ 78,7 milhões com publicidade, aluguel do espaço comercial para lojas, concessão de terreno para shoppings e participação na receita dos terminais rodoviários. “Até 2010, nossa idéia é ter uma receita não tarifária de R$ 118,6 milhões. Um crescimento de 110% em relação a 2006”, diz José Jacques Namur Yazbek, gerente de novos negócios da companhia.

O plano é diversificar o comércio nas estações. Neste ano, por exemplo, o Metrô concluirá a instalação de monitores de TV em todos os trens (mais de 5 mil telas), que começaram a ser implantados em setembro de 2007, gerando mais verba publicitária. A concessão de terrenos para a construção de shoppings centers também tem sido um fonte importante de receita. Hoje, há quatro shoppings em funcionamento (dois abertos em 2007). O shopping da estação Tucuruvi está em aprovação na Prefeitura e deve ser aberto em 2009.

O primeiro hipermercado a ser construído numa estação de metrô deve ser inaugurado em breve também. O Carrefour conseguiu a concessão para ter uma loja na estação Vila Mariana. “É o primeiro negócio neste formato”, diz o executivo, sem estimar uma data de inauguração. “Estamos estudando a possibilidade de fecharmos outros contratos com supermercados. A Luz e a estação Brás, por exemplo, têm porte para um operação dessas.”

Uma licitação para atrair lotéricas e outra para levar uma rede de drogarias a nove estações da rede já estão em andamento. Há também o plano de aumentar o espaço para aluguel de lojas. Hoje há 600 espaços ocupados, sendo 24 em licitação. “Dentro das limitações de cada estação, existe a idéia de aumentarmos o espaço comercial”, diz Yazbek. A maioria dos passageiros aprova a oferta de diversas produtos como roupas, comida, livros e bijuterias. “Fizemos uma pesquisa e constatamos que o nível de aceitação dos usuários em relação ao comércio é de 77%.”

Todos os dias, o Metrô de São Paulo recebe mais de 3,3 milhões de usuários que, dentro desse universo subterrâneo, tornam-se potenciais consumidores. Pesquisa do Metrô mostra que os usuários da linha vermelha (Corinthians Itaquera – Palmeiras Barra Funda), por exemplo, gastam entre R$ 5 e R$ 25 por dia nas lojas das estações. Os passageiros da linha verde (Vila Madalena – Alto do Ipiranga) e da linha azul (Jabaquara – Tucuruvi) têm gasto maior – entre R$ 25 e R$ 50.

Segundo Yazbek, o esforço para aumentar a receita não tarifária ocorre porque “a companhia não recebe subsídio. A operação do Metrô é suportada pela verba da tarifa e de outros negócios. O Metrô só recebe, do governo, verba para novos investimentos”.

No ano passado, o Metrô faturou R$ 1,176 bilhão, um aumento de 17,6% em relação ao ano anterior. No mesmo período, a empresa diminuiu o prejuízo de R$ 499,2 milhões em 2006 para R$ 325,8 milhões em 2007.