Metrô: a maior obra urbana do País

Jornal da Tarde - São Paulo - Quinta-feira, 2 de setembro de 2004

qui, 02/09/2004 - 10h47 | Do Portal do Governo

Construir metrô significa aplicar o dinheiro público no lugar certo e dotar São Paulo do transporte preferido dos paulistanos

Geraldo Alckmin

Passo a passo, mas com firmeza e seriedade, a maior obra urbana do País, a Linha 4 do Metrô de São Paulo, sai da prancheta e toma o subsolo da cidade, com a construção de túneis e estações, para tornar realidade o transporte preferido dos paulistanos, aprovado por 93% dos usuários (última pesquisa da Associação Nacional de Transportes Públicos – ANTP).

A Linha 4, conhecida como ‘Linha da Integração’, será conectada às demais linhas metroviárias e ferroviárias. Na Estação Pinheiros, vai integrar-se com a Linha ‘C’ da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos CPTM. Na futura Estação Paulista, com a Linha Paulista; na República, com a Leste-Oeste; e na Luz, com a linha Norte-Sul do Metrô e demais linhas da CPTM.

Nos próximos quatro anos, vamos investir R$ 3,1 bilhões na Linha Amarela do Metrô, um volume de recursos que representa 50% de todos os investimentos realizados no ano passado pelo governo federal no País.

Hoje, demos início à construção do Pátio de Estacionamento e Oficinas de Vila Sônia, numa área de 111 mil metros quadrados, equivalente a 27 campos de futebol, entre as Avenidas Francisco Morato e Eliseu de Almeida, no Butantã. O Pátio Vila Sônia representa um investimento de R$ 220 milhões em oficinas de manutenção, limpeza e estacionamento dos 144 carros dos trens da nova linha do Metrô.

A exemplo dos Pátios Jabaquara e Itaquera, o novo pátio vai assegurar o bom funcionamento da Linha 4, entre a Vila Sônia e a Luz, no centro da cidade. Em 2008, a Linha 4 irá transportar 900 mil passageiros diariamente, ao longo dos 12,8 quilômetros de túneis, sob importantes artérias da cidade, como a Francisco Morato, Eusébio Matoso, Rebouças, Consolação, Ipiranga e Cásper Líbero, até atingir a Estação Luz.

As Estações Higienópolis e Butantã também já estão em obras, juntamente com as saídas de emergência e ventilação do futuro túnel, localizadas próximo ao acesso da USP e na Rua da Consolação.

No mês que vem, começaremos os trabalhos na Estação Paulista, no topo da Avenida da Consolação.

Do outro lado da cidade também estamos trabalhando na ampliação da Linha 2, entre as Estações Ana Rosa e Imigrantes, rumo ao Ipiranga. Já perfuramos mais de 450 metros de túneis, sem interferir no trânsito da cidade, e iniciamos as futuras Estações Chácara Klabin e Imigrantes.

Mário Covas construiu 22 quilômetros de linhas metroviárias, terminando obras paralisadas em governos passados. Agora, estamos investindo pesado na construção simultânea de duas linhas, que elevarão a rede do Metrô de São Paulo dos atuais 58 para 75 quilômetros, até 2008.

Já aprendi que o administrador público erra menos quando ouve a população. Construir metrô significa aplicar o dinheiro público no lugar certo e dotar São Paulo do transporte preferido dos paulistanos, porque respeita o cidadão, com sua rapidez, pontualidade e limpeza.

Não é uma obra de efeito imediato nas urnas. É um empreendimento caro, que consome uma parcela significativa do dinheiro público, arrecadado por meio dos impostos, mas é uma solução duradoura, definitiva.

A primeira linha do metrô de Londres já funciona há mais de 100 anos e a nossa linha pioneira, a Norte-Sul, completa, no próximo dia 14, 30 anos de operação.

São Paulo, hoje uma cidade de serviços, necessita cada vez mais de deslocamento rápido, para assegurar um desenvolvimento compatível com a sua necessidade de gerar novos empregos.

Apesar de o Estado contar, em 2004, com um orçamento de R$ 61,9 bilhões, dispomos apenas de R$ 2,5 bilhões para novos investimentos, como o Rodoanel e o Metrô, na área dos transportes, além da segurança, saúde, educação, habitação, etc.

Assim, cada vez mais, necessitamos concentrar esforços, unir recursos, federais, estaduais e municipais, a exemplo da Cidade do México e de Santiago, no Chile, de forma a dar melhor aproveitamento ao dinheiro público e ampliar, com mais eficiência, nossa infra-estrutura, que hoje representa um dos gargalos da nossa economia.

Geraldo Alckmin é governador do Estado de São Paulo.