Despoluir o Tietê é obra para algumas gerações. Durante décadas o rio foi usado como esgoto a céu aberto da maior cidade do país.
O resultado está aí para todo mundo ver. Basta circular pela avenida marginal e abrir o vidro do carro ou do ônibus.
Surge agora uma boa notícia: a Sabesp obteve financiamento de cerca de R$ 1 bilhão para deslanchar a terceira fase do Projeto Tietê. O programa existe desde 1992 e já engoliu R$ 1,6 bilhão.
Na nova etapa, que irá até 2015, a meta é ampliar a coleta de esgotos dos 84% atuais para 87%. Um pouco mais perto dos 95% considerados como universalização desse serviço básico.
Ao lado da água encanada, esgotos recolhidos e tratados ajudam a acabar com doenças infecciosas e a diminuir a mortalidade infantil. Deveria ser a preocupação de todo e qualquer governo.
A Grande São Paulo até que não vai mal na matéria, diante da realidade nacional. No Brasil como um todo, um quarto das casas ainda está desligada da rede de coleta.
O problema é que nem todos os detritos recolhidos passam por limpeza nas estações de tratamento. Somando com o que vai parar direto nos rios, quase um terço do esgoto da região metropolitana fica por aí, ameaçando a saúde da população.
Dizem que o saneamento básico é prioridade no governo Lula. Mas a verdade é que, no ritmo dos últimos cinco anos, o Brasil só vai chegar perto dos 95% lá por 2055. Isso é que é atraso.