Na Mooca, antiga hospedaria recebeu estrangeiros de 64 nacionalidades
Juliano Machado
Não é por acaso que São Paulo é cosmopolita: há 64 nacionalidades nos registros da antiga Hospedaria de Imigrantes, na Mooca. O local é hoje o Memorial do Imigrante, que há oito anos preserva a história dos que contribuíram para o crescimento da capital – 2,5 milhões de estrangeiros passaram por lá desde 1887 até o fechamento da hospedaria, em 1978.
O arquivo do museu possui fotos, documentos e objetos trazidos por imigrantes, como roupas e ferramentas de trabalho.
Silmara Novo, assistente de direção do memorial, conta que duas salas costumam atrair mais os visitantes. A da Navegação possui a cenografia do convés de um navio e mostra as principais rotas feitas pelos imigrantes. A São Paulo Antiga reproduz a cidade no início do século 20, quando ocorreram os maiores fluxos imigratórios.
O memorial não possui exposições específicas das culturas de um determinado país, até para não passar a impressão de que outros povos são preteridos. O que há são mostras temporárias. Aliás, hoje começa uma sobre a imigração japonesa, uma das mais significativas em São Paulo.
Outra atração é passear em uma maria-fumaça de 1914, que sai da estação desativada ao lado do memorial e passa pelas estações Brás e Mooca da CPTM, em um trecho de 1.200 metros. Há também um passeio de bonde até a Estação Brás do metrô. Os dois percursos duram apenas dez minutos, mas é o suficiente para imaginar quais eram as primeiras impressões de um imigrante recém-chegado.
Para terminar a visita, que tal descobrir o nome de seus avós ou bisavós estrangeiros no livro de registros? Foram digitalizados 900 mil nomes, disponíveis em terminais no memorial ou pelo site www.memorialdoimigrante.sp.gov.br.
Memorial do Imigrante: Rua Visconde de Parnaíba, 1.316. Entrada: R$ 4 (R$ 2 para estudantes. Idosos e crianças até 7 anos não pagam). O passeio de trem deve ser agendado pelo tel. 6692-1866, ramal 221
