‘Melhor Caminho’ contempla três vicinais

A Tribuna/ Piracicaba

seg, 13/04/2009 - 10h02 | Do Portal do Governo

A implantação do projeto melhora o transporte, valoriza a agricultura e protege o meio ambiente

Três tipos de aplicações de um composto testado em laboratórios demonstram ser ideais para readequação de caminhos por onde passam o homem do campo, a produção agrícola e grande parcela da economia dos municípios paulistas. Foi pensando nesse canal de circulação de mercadorias e de trabalhadores que o Governo do Estado de São Paulo criou o Programa Melhor Caminho, que, hoje, num novo ensaio, contempla três trechos de Piracicaba, entre eles a Fazenda Areão, estação experimental da Esalq, avenida Limeira, 1131 (km zero da rodovia SP 147).

O Melhor Caminho, programa de 1997, é coordenado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento e Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Codasp). Essas obras, realizadas em parceria com os governos municipais, visam garantir a qualidade das estradas rurais de terra utilizando-se, atualmente, de materiais provenientes da reciclagem de resíduos da construção civil (RCC) no revestimento primário das estradas vicinais não pavimentadas. O processamento e a utilização do RCC nas obras de adequação atendem aos princípios referentes ao uso eficiente de materiais não nocivos para o desenvolvimento sustentável.

De acordo com dados da Secretaria Municipal de Agricultura, Piracicaba possui 2.600 km de estradas de terra. Já contemplada em outra oportunidade pelo programa, a cidade agora passa a ser a primeira a receber essa inovação que tem por objetivo comparar essa aplicação, que por si só agrega ganhos ambientais, com aquilo que é praticado convencionalmente, utilizando-se lajão britado ou pedra brita. E a Fazenda Areão também foi a primeira a receber a melhoria, depois a Estação Experimental de Tupi (Horto Florestal) e, por último, um trecho da estrada municipal PIR 288/354 (bairro Ibitiruna/ Anhumas).

“O material que usamos hoje tem uma composição granulométrica adequada, pois o resíduo da construção civil triado e triturado é misturado com solo argiloso que une e preenche os espaços entre as partículas esmigalhadas, portanto é mais estável”, comentou o engenheiro agrônomo da Codasp, Alcioneu Lucchino.

APLICAÇÃO

Em uma semana de execução da obra foram feitos 3 tipos de aplicação nos 830 metros de entrada da Fazenda Areão: uma que sai direto da usina de reciclagem, o agregado reciclado misto que normalmente é chamado de bica corrida; em outro trecho foi misturado 75% do material reciclado com 25% de argila bem pura; no último trecho foi misturado 75% do material reciclado e 25% do solo local, que também é argiloso mas nem tanto como o outro. Em 15 de maio, autoridades estaduais e municipais apresentarão à sociedade o resultado desse trabalho realizado nas três vias que se transformaram em modernas estradas sem asfalto, mas com boa tecnologia.