Mel de abelha nativa pode combater bactérias

O Estado de São Paulo - Quarta-feira, dia 19 de abril de 2006

qua, 19/04/2006 - 11h11 | Do Portal do Governo

Unesp de Rio Claro analisou produto da espécie indígena iraí e obteve bons resultados



Fernanda Yoneya


Um estudo desenvolvido pelo Instituto de Biociências, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), câmpus de Rio Claro (SP), avaliou, com resultados positivos, a atividade antibacteriana do mel da abelha nativa sem ferrão. Segundo o biólogo Hércules Menezes, professor da Unesp, até agora, várias propriedades – antibacteriana, antifúngica, cicatrizante e antioxidante – haviam sido relacionadas ao mel, mas poucos estudos comprovavam essas propriedades. “Investigamos a atividade antibacteriana do mel de uma espécie de abelha indígena, que não tem ferrão e pode ser criada com mais facilidade”, diz.

O biólogo conta que o mel foi testado em presença de dez diferentes bactérias. Os resultados indicaram que 50% apresentaram sensibilidade ao mel. “Utilizamos o mel da abelha iraí. Hoje são conhecidas cerca de 400 espécies nativas no País”, diz Menezes, ressaltando que “os resultados apontam para um excelente potencial terapêutico do mel.” As espécies mais populares são a jataí, uruçu, tiúba, jandaíra, borá e mandaçaia.

USO INDISCRIMANDO



Segundo Menezes, os estudos estão avançando e o próximo passo é ir testando, gradativamente, o mel de outras espécies de abelhas em outros tipos de microrganismos, e a idéia é utilizá-lo tanto in natura, como na composição de cremes, pomadas, medicamentos e outros produtos. O professor explica, no entanto, que o processo é rigoroso, pois a fabricação desses produtos é regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Estamos procurando parceiros na iniciativa privada que estejam interessados em participar do projeto e levá-lo adiante”, afirma. “Por enquanto, ainda não há experimentos práticos no campo, mas a previsão é otimista, considerando a busca crescente por soluções naturais.”





(SERVIÇO)SAIBA MAIS: Instituto de Biociências/Unesp, tel. (0–19) 3526-4100