Masp ganha 48 câmeras e sensores

O Estado de S.Paulo - Quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

qui, 10/01/2008 - 17h51 | Do Portal do Governo

O Estado de S.Paulo

Durante a solenidade de entrega das obras furtadas do Masp, o presidente do museu, Julio Neves, aproveitou a platéia e o microfone para exaltar o trabalho da equipe técnica e anunciar um ambicioso plano de segurança. “O Louvre é um dos museus do mundo que tem as melhores condições de segurança e nós estamos colocando aqui equipamentos de última geração, tão bons ou melhores do que tudo aquilo que existe no mundo.” O Masp vai receber a doação de equipamentos LG Security System, que só serão instalados no fim da semana que vem. O pacote, que vale cerca de R$ 1 milhão, incluirá 48 câmeras com infravermelho e outras dezenas de sensores de pressão.

A vedete desse plano de segurança será uma câmera robotizada com sensores de movimento: uma faixa amarela será pintada no chão, diante das obras de arte; se o visitante ultrapassá-la, um sistema eletrônico de voz pedirá à pessoa que se afaste da peça. A LG deveria receber na noite de ontem a planta do Masp para decidir onde colocará os equipamentos – em contrapartida, a empresa poderá espalhar sua logomarca em adesivos nos corredores do museu.

A Polícia Militar, por sua vez, prometeu instalar uma base fixa na frente do Masp. Já a parte de segurança privada deverá feita pela empresa Guarda Patrimonial (GP) – com 14 mil funcionários, a companhia faz a segurança para empresas como Vivo e TIM; universidades como a FMU e lojas de grife como Bulgari e Cartier. O Masp, no entanto, ainda tenta correr atrás de um patrocínio para bancar o efetivo de guardas. A GP vai colocar gratuitamente os homens em turnos de manhã, tarde e noite, por 60 dias. Depois disso, só continuará se o Masp pagar pelo serviço. “Fizemos a análise de risco e criamos a nossa proposta”, disse José Jacobson Neto, vice-presidente da GP, que não revelou o efetivo que será deslocado para o Masp. “Não é difícil aumentar a segurança do museu, porque antes era muito precária. Mas nada é 100% seguro, mesmo com os melhores e mais caros equipamentos.”

REPERCUSSÃO INTERNACIONAL

The Guardian

Quadrilhas internacionais: O jornal britânico The Guardian, em sua edição online, citou a reportagem de anteontem do Estado e destacou as declarações do ministro da Cultura, Gilberto Gil, que afirmou acreditar que o furto dos quadros tenha sido cometido por “quadrilhas internacionais”

The New York Times

Chácara do Céu: Além de descrever o furto e dar destaque para a recuperação dos quadros pela Polícia Civil, o principal jornal americano lembrou que as quatro pinturas levadas do Museu Chácara do Céu, na zona sul do Rio, durante o carnaval de 2006, não foram recuperadas até agora

El Pais

Masp, cartão-postal: O maior jornal espanhol publicou: “O assalto e duas tentativas anteriores evidenciaram a falta de segurança do museu de São Paulo, que, por sua imponente arquitetura, é um dos cartões-postais da cidade e tem uma das mais importantes coleções do Hemisfério Sul.”

Clarín

Segurança precária: O Clarín, da Argentina, destacou a precariedade do sistema de segurança do Masp no dia do furto das duas telas, afirmando que “um dos maiores museus” da América Latina “conta com poucas câmeras e guardas desarmados, que patrulham o interior”