Manual dá dicas sobre como lidar com violência na escola

O ESTADO DE S. PAULO Cartilha será distribuída aos professores da rede estadual paulista O que fazer diante de uma ameaça de bomba? Policiais podem entrar na escola? Como agir […]

seg, 02/03/2009 - 12h25 | Do Portal do Governo

O ESTADO DE S. PAULO

Cartilha será distribuída aos professores da rede estadual paulista

O que fazer diante de uma ameaça de bomba? Policiais podem entrar na escola? Como agir no caso de um aluno chegar alcoolizado para assistir às aulas? Perguntas como essas integram um manual feito para ajudar professores a enfrentar a violência e que, em breve, será distribuído na rede pública de ensino estadual.

Preparado pela Secretaria de Educação do Distrito Federal, o material começou a ser distribuído nas escolas de Brasília e cidades-satélites em outubro passado. E um acordo que deverá ser firmado nos próximos dias entre a secretaria do DF e a de São Paulo vai permitir a adoção do material também entre docentes paulistas.

Com 106 perguntas e respostas, o documento é uma espécie de manual de sobrevivência escolar para professores diante de situações de violência. Ele traz desde informações básicas, como o que é cidadania, violência de gênero e assédio moral, passa pela explicação das atribuições de juizados da infância e adolescência, delegacias especiais e conselhos comunitários, dá dicas sobre direitos e deveres de alunos, servidores e professores, e traz um roteiro sobre como proceder e para onde ligar em determinados casos de violência.

“Vamos fazer pequenas alterações, mas a essência do trabalho do DF será reaproveitada”, contou a secretária de Estado da Educação de São Paulo, Maria Helena Guimarães de Castro. A medida integra um pacote de ações para enfrentamento da violência nas escolas estaduais paulistas, que será lançado em abril. A ideia é preparar um código de conduta, com regras gerais para nortear estatutos das escolas, por em prática o Sistema de Informação (um cadastro escolar com informações sobre alunos, alimentada também por registros policiais) e ampliar para mil o número de escolas participantes do programa Justiça Restaurativa.

A estratégia prevê também a criação de educadores sociais – professores que atuem como elo entre a escola e uma rede de apoio para combater a violência.

“O problema de violência não acontece só aqui. Ele ocorre em São Paulo, em outras escolas do País, no exterior. Para preveni-lo e combatê-lo, é preciso um conjunto de ações”, afirma a secretária. Ela reconhece que muitas das medidas sugeridas no código de conduta são regras básicas de convivência, como noções de respeito ao outro, disciplina, defesa do patrimônio. “O código servirá muito mais para definir uma linha de ação entre todas as escolas, um norte para que haja um padrão em toda a rede”, completou.

Resposta à Violência

Adotado no ano passado, o manual da secretaria de Educação do Distrito Federal foi uma resposta à onda de violência nas escolas vivida na região no ano passado. O secretário de Educação do Distrito Federal, José Luiz da Silva Valente, conta que, para prepará-lo, uma consulta foi feita em várias instituições, detectando as dúvidas mais frequentes. Quando o manual ficou pronto, o trabalho com docentes foi feito. Valente afirma que, assim como em São Paulo, o manual é apenas um dos vários instrumentos que têm de ser colocados em prática para tentar reduzir as estatísticas de violência.

Para o secretário, um dos pontos principais é a capacitação de professores e a formação de uma equipe de apoio: orientador educacional em todas as escolas e uma equipe itinerante, responsável por três instituições. “O ideal seria um psicólogo por escola. Mas isso foi o que conseguimos, nesta primeira etapa.”

Outro ponto considerado importante por Valente é o incentivo para criação de grêmios escolares. “Com eles, há maior identificação do aluno com a escola, lideranças são criadas, dois pontos fundamentais para incentivar a cultura de paz.”