BRUNO TAVARES
O Metrô dá, neste mês, o pontapé inicial para o processo de concessão da Linha 4 (Amarela). No próximo dia 19, data da primeira audiência pública, as empresas interessadas em investir no trecho que irá ligar a Vila Sônia, na Zona Sul, à Estação da Luz, no Centro, terão acesso aos detalhes da obra. Se a iniciativa do governo do Estado for concretizada, este será o primeiro grande empreendimento do País a contar com uma parceria público-privada (PPP).
Quem vencer a licitação poderá explorar comercialmente a Linha 4 por 30 anos. A empresa terá de investir, inicialmente, US$ 340 milhões (o equivalente a R$ 780 milhões) para a compra da frota de trens e de equipamentos operacionais. Pelo menos 14 composições deverão entrar em operação após o término da primeira etapa das obras, prevista para 2008. Quando a segunda etapa estiver pronta, mais 15 trens irão circular para atender a uma demanda diária de 970 mil passageiros.
Segundo o Metrô, o fato de a linha ser administrada pela iniciativa privada não trará prejuízos aos usuários. “A empresa vencedora terá de seguir todos os nossos padrões de operação, garantindo conforto e segurança aos passageiros. As tarifas também serão as mesmas”, afirma José Kalil, diretor administrativo e financeiro do Metrô. A publicação do edital será feita em 30 de novembro. Os envelopes com as propostas deverão ser entregues em fevereiro. E a expectativa é de que o contrato seja assinado no mês seguinte.
Ontem, o governador Geraldo Alckmin reafirmou que as estações Chácara Klabin e Imigrantes, que fazem parte das obras de prolongamento da Linha 2 (Vila Madalena/Ana Rosa) serão entregues em março. A Estação Ipiranga, prevista para ficar pronta em novembro, também deverá ser concluída com um mês de antecedência. Alckmin voltou a dizer que ainda não tem “nenhum centavo” do BNDES para a Linha 4 do Metrô. Os técnicos da companhia decidiram começar pela Linha 2 (Verde) a instalação dos validadores do bilhete único. A Linha 5 (Lilás), que chegou a ser cogitada no início, foi descartada devido à sua baixa demanda. Os equipamentos estarão em funcionamento no fim do próximo mês, na Linha 2 do Metrô e Linha C (Osasco-Jurubatuba) da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Segundo o governo do Estado, todo o sistema metro-ferroviário estará interligado à rede municipal em abril de 2006. No período de duas horas, o usuário poderá fazer até quatro viagens pagando o preço de uma integração. Entretanto, não será possível começar a viagem nos ônibus, passar para o sistema metro-ferroviário, voltar para o ônibus e, depois, retornar aos trilhos. O valor da tarifa de integração ainda não foi definido.
