Edital da ligação Luz-Vila Sônia começou a ser vendido na semana passada
Doze consórcios de empresas nacionais e estrangeiras estão pré-qualificados para participar da construção da Linha 4 – Amarela do metrô, que ligará a Luz à Vila Sônia, em uma extensão de 12,8 quilômetros.
Orçada em US$ 1,262 bilhão, a linha terá 11 estações e deve transportar 890 mil passageiros por dia na primeira etapa, com data de conclusão prevista para 2006. O edital de instalação da linha começou a ser vendido na quinta-feira.
A nova linha terá a peculiaridade, segundo o presidente da Companhia do Metropolitano (Metrô), Miguel Kozma, de ser totalmente construída e operada pela iniciativa privada, que deverá investir US$ 570 milhões, cerca de 50% do valor do projeto. A remuneração dos investidores será a concessão, por 30 anos, da exploração da linha, a exemplo da privatização do setor elétrico.
O projeto conta com financiamento do Banco Mundial (Bird), e do Japan Bank for International Cooperation – que emprestaram US$ 209 milhões cada um. Em 14 de março do próximo ano, os consórcios deverão entregar ao Metrô suas propostas de preço. A partir da definição dos escolhidos, inicia-se a construção, com prazo de três anos e meio para conclusão das obras.
Expansão – Segundo o presidente do Metrô, a razão da participação mais efetiva dos empresários no projeto é a baixa possibilidade de investimento do governo. ‘O objetivo é expandir o serviço. São Paulo tem somente cerca de 60 quilômetros de metrô, o que é muito pouco’, afirmou.
A parceria permitirá, de acordo com Kozma, acelerar a construção. ‘A Linha 1 – Norte-Sul, por exemplo, levou oito anos para ser totalmente concluída. O ramal da Paulista até hoje não está pronto, por falta de recursos’, disse.
Para ele, o período de concessão não é exagerado. ‘ O total a ser investido pela iniciativa privada é bastante expressivo.’
Passagens – A arrecadação nas novas estações – Vila Sônia, Morumbi, Três Poderes, Butantã, Pinheiros, Faria Lima, Fradique Coutinho, Paulista, Higienópolis, República e Luz – será controlada pelo metrô-passe, um novo sistema de controle, mais avançado que o atual. As passagens terão os mesmo preços do restante do sistema.
O metrô-passe permitirá saber quantos passageiros, além dos que entrarem nessas estações, usarão a nova linha para fazer integração com outras. A partir da segunda etapa, está previsto um movimento de 940 mil pessoas por dia.
Grandes empresas da área da construção civil como a Camargo Correa, a Companhia Brasileira de Projetos e Obras (CBPO), a OAS e a Andrade Gutierrez integram os consórcios.
Para o presidente da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP), Ailton Brasiliense, uma nova linha do metrô significará uma sensível redução do tráfego de veículos na cidade. ‘É quase 1 milhão de pessoas circulando nos trens, com vantagens para a qualidade do trânsito, a diminuição da poluição e do número de acidentes’, disse.
Moacir Assunção