Linha 4 do Metrô cruza o rio

Jornal da Tarde - Terça-feira, dia 5 de dezembro de 2006

ter, 05/12/2006 - 16h50 | Do Portal do Governo

Duas frentes de escavações da futura Estação Pinheiros da Linha 4 (Amarela) se encontraram ontem

MARCELA SPINOSA, marcela.spinosa@grupoestado.com.br

Pela primeira vez, um túnel do Metrô de São Paulo passou por baixo de um rio, o Pinheiros. Um feito inimaginável 34 anos atrás, em 1974, quando foi inaugurada a ponte que uniu, por cima, os dois lados do Rio Tietê, ligando as Estações Armênia (na época, Ponte Pequena) e Tietê-Portuguesa. Foi um acontecimento importante para o desenvolvimento da Zona Norte, permitindo a transferência da rodoviária da região da Luz para Santana em 1982.

Agora, a passagem por baixo do Rio Pinheiros marca mais um avanço na engenharia empregada pelo Metrô. Com a ligação dos túneis feita ontem, o Metrô concluiu a escavação de 1.600 metros de terra entre a futura Estação Butantã, na Av. Vital Brasil, e o poço de obras, da Rua Ferreira de Araújo, em Pinheiros. ‘A interligação possibilitará o trânsito de operários e máquinas de uma margem a outra do Rio Pinheiros, sem interferência na superfície”, explicou o presidente do Metrô, Luiz Carlos David. Ele participou do evento junto com o governador Cláudio Lembo e o secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes.

A futura Estação Pinheiros é uma das 11 estações da Linha 4-Amarela, que une Luz à Vila Sônia. Nessa estação ficará a interligação com a Linha C da CPTM (Osasco-Jurubatuba). Além de parte do trabalho ser manual, as escavações são feitas com explosivos, pelo método New Austrian Tunneling Method ou túnel de mineração.

No fim do encontro, o governador foi parado por um grupo de manifestantes que pediu uma audiência para que a parceria público privada (PPP), adotada neste trecho, seja suspensa. A parceria prevê a concessão para operação e manutenção da linha, além da compra de 29 trens por R$ 800 milhões. Para o sindicato, o contrato significa ‘privatização’ da linha, sem lucro para o governo. Depois de perder a ação no Tribunal de Justiça, o sindicato se prepara para entrar com recurso no Superior Tribunal de Justiça. ‘Quando a sociedade tiver dúvida, ela deve procurar o Judiciário porque ele irá analisar o caso’, argumentou Lembo. Ele disse ainda que marcará uma reunião com o sindicato, mas a data não foi definida.