É Notícia – RedeTV!
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: “É Notícia” está de volta, com o Governador de São Paulo, José Serra.
Governador, a oposição o PSDB e o Democratas, querem fazer mudança na Medida Provisória que autoriza o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a comprar bancos em dificuldades. Essa mudança que a própria oposição está propondo, não dificulta uma operação, uma negociação que o senhor está fazendo com o próprio Governo Federal de venda da Nossa Caixa?
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Não, não tem nada a ver. A Nossa Caixa não está em crise, pelo contrário, é uma Instituição que tá com boa saúde e trata-se de uma transação possível que não foi materializada entre Banco do Brasil e Nossa Caixa, de médio e longo prazo. A Medida Provisória a essência dela ou a motivação dela tem a ver com a mesma realidade da Europa, ou seja, você tem um banco em situação complicada às vezes é melhor comprar ações do banco no sentido de que ao invés de você dar o dinheiro você se torna em parte proprietário para não fazer doação. Eu não sou contra isso, eu sou a favor. Como medida potencial, está certo não é para ficar fazendo isso a torto e a direito. No fundo qual é a origem da Medida Provisória é o receio do pessoal do Banco Central. Receio, legítimo, quer dizer com fundamento de que faça isso e amanhã tenha o Promotor em cima.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Tribunal de Contas.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Discutindo etc e tal. Então a Medida Provisória dá um marco mais legal para isso. E naturalmente também passa parte da responsabilidade para o pessoal do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Mas a oposição quer colocar exigência de licitação. Isso não atrapalha?
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Aí no caso, atrapalharia.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Pois é, oposição está querendo colocar isso lá.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Não, não. Você está dizendo em que?
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Na Medida Provisória.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Não. Isso quanto a bancos contas de bancos públicos não em dificuldades.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Ah é? Ah..A Nossa Caixa está fora disso, então?
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Não, a Nossa Caixa estaria dentro, caso fizesse a coisa de licitação. Mas isso daí não chegaram a apresentar proposta, falaram. Agora a questão dessa Medida Provisória que tem pego mais é outra coisa, é um negócio por exemplo de você entrar em empresa imobiliária, como criar, como o BNDES tem hoje, o BNDES Participação, que entra numa indústria etc e tal.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: E compra participação da empresa.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Entrar na construção civil, que aí fica um pouco sem limite e pode de repente trazer muito mico para a área governamental, entende? Porque nem sempre, às vezes isso socorre e a pessoa se recupera rapidamente a empresa se recupera rapidamente e todo mundo sai ganhando. Mas as vezes foi uma má gestão que não tem recuperação. E aí é um mico que não deve ficar na mão nem da área privada e nem da área pública.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Voltando a Nossa Caixa, quando que esse negócio vai render para o Governo de São Paulo e o que senhor pretende fazer com esse dinheiro Governador?
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Isso não foi feito. Não foi feito ainda, ainda não tem um preço estabelecido, está se discutindo, agora o recurso que viesse daí iria para investimento, fundamentalmente para investimentos. Escolas Técnica, Faculdade de Tecnologia, estradas, Metrô e C P T M, que é trem urbano. É fundamentalmente isso. É manter o nível do investimento. Olha, nós estamos com um investimento no ano que vem só do Governo, eu não estou contando Metrô, SABESP, de onze bilhões e nós vamos manter isso, mantendo inclusive no Metrô que é o maior programa de expansão que já se fez e, de C PT M que são 17 bilhões em quatro anos. E estradas que inclusive está se fazendo muito mais através das concessões. Nesta semana, por exemplo, nós fizemos concessão de cinco estradas, cinco em São Paulo. Muita gente diz, não faz porque a situação de crise etc e tal.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Não está num bom momento.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Eu falei: Não, eu não vou corroborar a situação de crise, está certo? Eu vou enfrentar porque a Governo tem credibilidade. E deu certo Kennedy, então o que aconteceu? As empresas vão pagar, já estão devendo para o Governo três e meio bilhões e, oito vão investir nas estradas, está certo? E o que nós vamos fazer com 3 e meio bilhões? Estradas. Porque está vinculado, ou seja, nós estamos turbinando investimento por quê? Porque investimento gera empregos. Emprego.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Ajuda a manter a economia.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: A economia e a desenvolver, isso e fundamental. Então nós estamos fazendo o maior empenho nesse sentido.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Para fechar essa conversa sobre economia e a gente passar para outros assuntos. O Governo está falando o que Brasil vai crescer 4% no ano que vem, mas internamente tem gente admitindo que é menos, 2,5 a 3%. O senhor é economista, quanto o senhor acha que a Brasil vai crescer em 2009?
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Eu torço para que seja 4%, agora como Governador eu não estou atuo como economista, eu torço. Tomara que seja 4% que esse era o crescimento que a gente tinha previsto inclusive nos orçamentos. Você quando faz um orçamento para o ano que vem.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Claro, faz uma previsão.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Você faz uma previsão da taxa de crescimento porque isso tem a ver com os impostos entendeu? Então eu estou torcendo para que seja 4.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: E se furar? Se for menor?
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Aí a gente vê.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Está certo. Governador, São Paulo é o Estado mais rico da Federação e é governado pelo PSDB há 14 anos. No ano passado os Estado de São Paulo ficou abaixo da média do País em matemática, leitura, ciências no PISA, que é aquele exame que avaliação alunos de 15 anos, teve um desempenho pior do que Rondônia e Sergipe. Por que isso aconteceu?
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Olha, primeiro porque tem vários outros indicadores, eu não trouxe aqui os números, que mostram que em alguns outros, São Paulo está à frente em outro indicadores. Agora, a questão do Estado mais rico precisa ser bem qualificada. São Paulo é o Estado desenvolvido do Brasil.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Perfeito.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: E tem a maior renda por habitante, mas o Governo, não é o Governo que tem mais dinheiro comparativamente a outros Estados. Qual é o dinheiro do Governo? É dado pela receita tributária disponível. O que é receita tributável disponível? Aquela que você tem para gastar.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: A arrecadação de impostos.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Não pelo que você tem que transferir para Municípios por causa da Constituição, recebe do Governo Federal, no balanço final.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: É o dinheiro que você tem para gastar.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Nesse caso é a 10 ª receita. Por quê? Porque para cá não vem recursos de transferência de impostos federais. Praticamente é quase zero. Esses recursos vão e a meu ver isso é justo para os Estados menos desenvolvidos. Então toda vez que alguém dizer, “São Paulo é o Estado rico, logo, o Governo devia…” , não o Governo é o 10 º em matéria de receita por habitante. E olha que nós combatemos a sonegação.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Então está furado esse.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: É o Estado que melhorar arrecada, sem diminuir nenhum outro, é o Estado que arrecada com mais eficiência não Brasil.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Então está furado essa história do Lula que diz que está fazendo uma parceria administrativa com senhor e dando para o Governador José Serra, mais recursos do que o presidente Fernando Henrique Cardoso deu para o Mário Covas, o Lula vive falando isso daí no palanque.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Não, não, o senhor está falando de coisas diferentes. Eu estou dizendo transferência automática de receita tributária não um investimento conjunto. Você entende? É uma coisa, o Governo Federal recebe imposto e imediatamente transfere e é contado como receita dos Estados isso não é investimento.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Perfeito. Vamos falar um pouquinho da segurança pública Governador. O senhor falou São Paulo é um Estado que tem uma situação, o Estado mais desenvolvido esta Federação. O salário médio de um Delegado em São Paulo é de 7 mil e 85 reais, menor do o piso em outros doze Estados. Desse ponto de vista esses policiais civis, Governador que estão em greve há 50 dias não tem um pouco de razão na reivindicação deles?
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Veja, salário justo muita gente merece, está certo? Na área da segurança, melhores salários, educação, saúde ou até o servidores públicos que chamam menos a atenção e que são fundamentais. Você tem ascensorista, você tem gente de serviço mais elementares, está certo? Eu acho que nesse caso todo mundo merece ganhar mais. O Estado de São Paulo o Governo paga por ano sabe quanto de salários 45 bilhões de reais. Se você somar tudo aí entra a salário da Universidade, às vezes você vai pegar o orçamento você não vê isso, você vê Universidade. Só que na Universidade tem salários, está certo? É 90, 85, 95% de salários. Se você pegar 45 bilhões. Tem gente que ganha bem, porque tem carreiras de outros poderes, por exemplo, judiciário, Ministério Público, mas a grande maioria não ganha bem, mereceria ganhar mais. Como governador eu tenho que atender em geral eu não posso me concentrar numa e deixar os outros de lado. Agora, mais ainda, nó já mandamos para a Assembléia Legislativa, 45 projetos que tem a ver com a funcionalismo, por exemplo, carreira de pesquisador científico.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Governador, mas segurança não é uma prioridade?
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Eu vou chegar aí.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Segurança e a violência é prioridade.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Claro que é, sem dúvida nenhuma. Então, mas carreira de pesquisador científico também é essencial, enfim nós vamos cuidando de tudo. O Governo ao contrário do que se disse, sempre conversou com entidades ou ele líderes. Nós mandamos um projeto que implica em aumento na folha de salários da segurança em cerca, em mais de 10%, bem acima da inflação é que não é só salários, entendeu? Tem o problema da aposentadoria, gratificações. Às vezes o sujeito fala: Não, o Governo mandou seis e meio. Não, não é, é seis e meio mais outras coisas que não contam diretamente no holerite, digamos, assim, mas que beneficiam como promoções e uma série de coisas dessa natureza. Então é um problema de olhar o todo, eu acho que a segurança tanto merece atenção que São Paulo que tem a 10 ª renda, receita tributária do Brasil é o quarto em matéria de gasto em segurança com proporção da sua receita, entendeu?
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Agora, eu estou entendendo o que o está dizendo o seguinte, não tem como gastar mais, agora tem um impasse, aí como é o que senhor vai resolver esse problema?
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Esse número que você deu, esse número vai ser reajustado os nossos projetos ele vai subir.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Vai subir. Agora como é que resolve porque tem um impasse e a população está sofrendo os efeitos disso, não é Governador?
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Eu acho que tem que ter compreensão menos politização e compreensão da situação e também conhecimento daquilo que está se propondo. Quando o Governo mandou o projeto, vários dirigentes de entidade disseram publicamente ou em reuniões que acharam o projeto bom, só que chega na hora H volta tudo para trás. Hoje tudo que se ouve que chegam mensagens isso e aquilo é de que o projeto é bem razoável, representa um avanços, então vamos pegar esse avanço e continuar no futuro procurando continuar melhorando a situação.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: O senhor acha que resolve esse problema em breve?
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Eu espero.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Governador no caso Eloá, o senhor concorda que houve uma série de erros da polícia? E o principal deles foi permitir a volta da menina Nayara ao cativeiro?
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Olha, tem um inquérito. Primeiro foi feito um normal, civil etc, que mostrou uma coisa óbvia que as balas que feriram as duas meninas foram atiradas pelo Lindemberg.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Pelo seqüestrador.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Segundo, sobre atuação do GATE, esse grupo de atuação da PM, tem um inquérito Polícial Militar feito pela Justiça Militar de São Paulo que está no meio, ainda vai demorar um par de semanas para concluir que vai fazer uma análise a respeito da situação e apontar se houve problemas se houve falhas etc, como Governador eu aguardo esse inquérito concluir. Eu não vou dar palpite como cidadão uma vez que eu não posso me separar da condição de Governador.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Mas uma menina de 15 anos, voltar ao cativeiro não é meio complicado Governador?
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Foi uma coisa não prevista, porque não fui intenção digamos do pessoal do GATE que ela voltasse, na verdade fez-se uma coisa intermediária, agora tudo isso está sendo analisado. Tem o inquérito que vai concluir a esse respeito.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Governador a mídia tem feito coberturas cada vez mais em tempo real, nesse caso Eloá, o seqüestrador acompanhou pela televisão, deu entrevista, a polícia não devia afastar a imprensa? A imprensa nessa hora não está contribuindo de uma maneira equivocada? Não está errando?
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Eu acho que vai-se aprendendo com a experiência não é? Em outro casos a exposição da imprensa não teve o mesmo efeito, aliás, quero te dizer que a ação desse grupo da PM é muito delicada, deve ser o trabalho mais difícil que tem no Brasil. Não é? Bombeiro também que entra em incêndio e tal. Mas esse aí lida com vidas, que dependem de decisão, entendeu?
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Claro.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Não basta só heroísmo você tem que decidir e às vezes na hora e com muito grau de incerteza. O GATE tem sido extraordinariamente bem-sucedido quando tem um problema a gente fica fixado no problema. Eu mesmo já fiz homenagem, como Governador, depois de uma operação muito bem-sucedida que fizeram em Campinas e tudo o mais. Agora vai se aprendendo com o tempo. Agora eu te digo, acho que você ter um seqüestrador num apartamento acompanhando pela televisão tudo que é feito fora, até uma ação que se fosse feita fora como alguns estilo James Bond achavam que o sujeito devia entrar pela janela, sabe coisa de filme? Era impossível. Se fosse.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Tentado.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Viável, era impossível de fazer porque ele estava acompanhando.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Agora quando tentaram, tentaram mal porque aquela escada que não chega na janela ou seja, não tinha aquela câmera que filma, faltou um pouco de preparo para essa operação, especial.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Olha, eu não diria isso viu? Porque às condições de incerteza são muito grandes, você não escolhe o local, não é que é uma prédio preparado para coisa de seqüestro entende? Um prédio da CDHU se eu não me engano, apartamentos pequenos, um prédio modesto, inclusive deve ter, vai ter reconstituição. Com a menina que foi ferida e está bem.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: A Nayara.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: E com o próprio assassino, com o pessoal que entrou, vai ter reconstituição de tudo. A polícia e o inquérito que envolve também o Ministério Público faz tudo direitinho, você lembra como fizeram no caso da menina que foi jogada pela janela, eles vão fazer tudo direitinho e a gente vai ter tudo.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: O caso da Isabella.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Tudo isso claro.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Isabella. Vamos falar um pouco de política. O senhor e o Governador Aécio Neves têm se encontrado muito ultimamente, num clima posterior as eleições em que o senhor foi apontado como um grande vitorioso, e o Aécio passou um sufoco lá em Belo Horizonte. Quase perdeu a eleição, ganhou no segundo turno ali depois de um sufoco. O senhor e o Aécio estão articulando uma dobradinha para disputar o Palácio do Planalto em 2010?
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Não, não estamos. A gente tem boa conversa nós entendemos bem, somos amigos pessoais o que facilita não é? E nós estamos bem assim no relacionamento, e eu acho Kennedy, que é razoável esperar que a imprensa já traga 2010 para agora, mas para quem está no Governo, não. Entendeu? Eu tenho que me concentrar na ação Governo do Estado. Eleição 2010 para quem pode ser candidato para quem não é, é amanhã.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Governador é a razão, é inevitável.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: É inevitável eu não estou.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Falar porque o senhor.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Eu não estou condenando isso, eu estou apenas dizendo o que para uns é óbvio para outros não é. Porque eu tenho que me concentrar em São Paulo.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Ainda mais o senhor como favorito tem que falar um pouquinho sobre eleição com a gente. O Presidente Fernando Henrique tem defendido uma teso de uma chapa puro sangue do PSDB. A gente sabe que ele tem uma preferência pelo senhor no cabeça de chapa e pelo Aécio na vice. Independentemente de quem vai ser o cabeça de chapa ou vice, o senhor acha que é uma alternativa para 2010 ou o ideal é uma aliança com Democrata?
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Eu acho que não há todos os elementos para formar um juízo a esse respeito até agora. E por outro lado o Aécio tem todas as credenciais para ser candidato a Prefeito. Eu não diria, não ele pode ser meu vice por quê? Ele pode ser candidato a Presidente, entende? Acho que é um tema complicado demais para dá a gente dar uma opinião definitiva sem ter todo o conhecimento do que vai acontecer daqui até lá. Nós temos uma crise econômica complicada, que eu espero que o Brasil saia menos mal do que outros, mas bem não vai voltar como antes, está certo? Eu acho que não é ser pessimista dizer isso, a indústria mesmo não vai crescer a 25% ao ano como vinha acontecendo.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Como vinha acontecendo.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Tem muitos desdobramentos políticos, isso você conhece melhor do que eu, eleição no Congresso, relacionamento de Partidos, dinâmica de Partidos. Tem muita coisa para acontecer para a gente já achar que agora pode atualizar 2010 entendeu?
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: O senhor falou aí, olha, não dá para dizer que o Aécio tem que ser meu vice, o senhor seria vice do Aécio?
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Hein?
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: O senhor seria vice do Aécio?
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Olha, sempre é uma hipótese, agora eu, para mim, a coisa mais certa a meu respeito é que se eu sair bem como Governo de São Paulo eu posso disputar a reeleição também. Você tem diversas possibilidades aí no horizonte. Eu diria não dá para selecionar nenhum e não dá para descartar nenhuma.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: O Governo Aécio Neves, defendeu prévia para escolher o candidato dos PSDB em Belo Horizonte e o senhor deu uma declaração dizendo: Eu concordo com a Aécio a gente se entende. O senhor acha que essa escolha do PSDB pode acabo em prévia ou a tendência é haver um acordo?
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Aí depende, eu acho que a tendência vai ser ter um acordo, se tiver que tem uma prévia também tem uma prévia não é o fim do mundo. Não é?
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Perfeito. O Prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda do PSDB que foi apoiado pelo Aécio disse que o PSDB em Minas Gerais é social-democrata.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Não, o PSDB não, a coalizão lá.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: A coalizão é social-democrata.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Eu soube pela imprensa. Eu sei precisamente assim porque a imprensa já me perguntou três vezes.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Três vezes, então eu vou perguntar a quarta vez aqui. E ai disse o que senhor lidera um projeto de centro-direita. O senhor é político de esquerda, suas posições enfim, agora o senhor tem mesmo uma base Centro direito, é não uma contradição? Por exemplo, o Kassab, foi reeleito Prefeito aqui de São Paulo com forte apoio do senhor, vai ser uma liderança dos Democratas, que é o antigo PFL, como administrar essa contradição um político de esquerda com uma base de centro-direita?
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Eu vou dizer, eu disse que não comentaria essa coisa, aliás, nem vi direito o que o Prefeito eleito de lá falou, eu acho que não é o caso de eu entrar e comentar. A respeito do Kassab eu posso dizer que ele é um homem progressista, tanto é que deu seqüência literalmente a minha gestão na Prefeitura e inovou inclusive enfrentando interesses como foi o caso do programa Cidade Limpa que teve choques de interesses que ele conseguiu fazer. E é um homem progressista comprometido com Justiça social, fez uma obra imensa na área da saúde, boa na área da educação.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: E o Kassab para fazer Justiça, sempre cita o senhor, sempre reconhece essa parceria.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Bem, mas ele fez uma parceria, mas o fato é o seguinte, eu fui 15 meses Prefeito, ele pegou a Prefeitura, ele não só continuou como inovou, fez uma Administração progressista inclusive ganhou em redutos, em lugares considerado redutos eleitorais do próprio PT. E ganhou porque fez coisas boas lá. O Gilberto, o Kassab foi reeleito, porque fez um bom Governo não foi porque eu patrocinei a candidatura, você sabe que quando a gestão é ruim não ganha, quando a gestão é boa ganha.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Mas o senhor foi um padrinho forte.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: É que padrinho dá a idéia da, de.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Uma relação a subordinação, uma relação.
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Não existe, existe amizade sem dúvida e também eu não gosto de dizer isso, mas é verdade porque eu sou mais velho do que ele, e aí acaba tendo sempre essa conotação. Eu queria ter a idade dele.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Governador mas essa coisa de um político de esquerda com uma base de centro-direita, isso não incomoda o senhor, não? O Governo Serra vai ver um Governo de esquerda?
GOVERNADOR JOSÉ SERRA: Não, porque eu não tenho uma base de centro-direita uma base de centro-esquerda, uma base de centro-norte ou de centro-Sul. Eu na vida pública atuo com razoável transparência, nem todo político é 100% transparente. Mas no meu caso a taxa de transparência é bem mais alta do que a média, então quando eu trabalho com o candidato uma eleição tem um programa e tem um estilo de governar, e é dessa forma que eu levo.
KENNEDY ALENCAR, ÂNCORA: Governador, vamos parar um pouquinho para um intervalo é noticia volta daqui a pouco com o Governador José Serra.
