Jovens acolhedores: mensalidades em troca de trabalho

Jornal da Tarde - Cidades - Sábado, 28 de agosto de 2004

seg, 30/08/2004 - 15h21 | Do Portal do Governo

Projeto da secretaria de Saúde em parceria com instituições abre oportunidades para que universitários acolham pacientes e, assim, ganhem a mensalidadeA partir de quarta-feira, Eric Domingos Mariano, de 18 anos, deixará de desembolsar R$ 543 em seu curso de educação física da Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul). Por um ano, as mensalidades da sua faculdade serão pagas pelo Programa Jovens Acolhedores, parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde e 17 instituições particulares de ensino superior da capital.

O rapaz trabalhará em um dos 29 hospitais da cidade, acolhendo e recepcionado quem procurar os serviços públicos de saúde. Em contrapartida, receberá bolsa integral para faculdade que cursa.

Na terça-feira, Eric estará com mais 369 jovens escolhidos entre cerca de 3 mil inscritos e terá a última aula de seu treinamento com o governador Geraldo Alckmin. No Centro de Convenções Rebouças, eles receberão o certificado de formação e os uniformes com que começarão a trabalhar no dia seguinte.

A próxima etapa será formar mais 120 jovens acolhedores até o fim do ano. ‘Um dos principais problemas apontados pelos usuários dos serviços de saúde é o mau atendimento na recepção. Por isso, o programa é tão necessário’, afirma o Luiz Roberto Barradas, secretário estadual de saúde. ‘Nosso propósito é formar um espírito de cidadania nos jovens que os leve a atuar como voluntários em projetos sociais depois do término do programa’, explica.

Há duas semanas, Eric recebeu um e-mail dizendo que tinha sido sorteado e foi para o treinamento. O estágio no Hospital da Mulher, no Centro, durou três dias, com a diretora de recursos humanos e outros funcionários da instituição. ‘As aulas que tive mudaram a minha cabeça. No início, só queria participar porque ia ter meu curso pago. Mas, agora, sei o quanto vou poder ajudar quem chega ao hospital’, conta. Para chegar às 7h ao Hospital da Mulher, no Centro, ele terá que sair de sua casa, em Ermelino Matarazzo, às 5h30. ‘Mas vale à pena. Vou ficar até as 13h e dará tempo de estudar para a faculdade, que é à noite.’