Janeiro tem índice recorde de doações de órgãos no Estado

Diário de S.Paulo - Sexta-feira, 6 de fevereiro de 2004

sex, 06/02/2004 - 12h29 | Do Portal do Governo

Foram 15 transplantes de coração contra a média de nove

O mês de janeiro teve índice recorde de transplante de órgãos em todo o estado. Ao todo, foram 167 notificações de potenciais doadores e 48 doadores confirmados, quatro a mais do que em junho de 2000, a última maior marca registrada pela Secretaria Estadual de Saúde. Se a média for mantida neste ano, o estado pode atingir as mesmas taxas de doadores verificadas em países como o Canadá e os Estados Unidos.

Segundo Luiz Augusto Pereira, coordenador da Central de Transplantes do estado, os casos do ator Norton Nascimento e do rapaz Clayton da Silva Leite, morto ao ser obrigado a saltar de um trem em movimento por skinheads, podem ter influenciado no bom resultado. Na época, a família de Clayton optou por doar os órgãos do rapaz, que teve morte cerebral.

De acordo com Pereira, foram 15 transplantes de coração em janeiro, sete deles prioritários. Números equivalentes aos países de Primeiro Mundo. “Tivemos praticamente sete ‘Nortons Nascimento’ no mês passado”, afirmou. “Não sabemos se tudo isso é uma grande coincidência, mas é um número para ser comemorado.”

O número divulgado pela secretaria também surpreende pelos fatos negativos ocorridos em relação aos transplantes nos últimos meses. “Os casos de tráfico de órgãos em Pernambuco e a denúncia sobre os transplantes de medula no Rio de Janeiro poderiam ter impacto nesse índice”, diz.

As notificações de pacientes pelos hospitais e a resistência das famílias em doar mudaram em janeiro. “Tivemos mais casos notificados e famílias que entendaram a importância da doação de órgãos para o transplante”, concluiu Pereira.