Iquique quer destaque na América do Sul

A Tribuna - Terça-feira, 18 de Outubro de 2005

ter, 18/10/2005 - 19h01 | Do Portal do Governo

Da Reportagem

Como o porto com maior profundidade da América do Sul, com berços de até 22 metros de calado, o complexo de Iquique, no Chile, quer se consolidar como uma das opções logísticas mais viáveis para as cargas da América Latina destinadas à costa Leste dos Estados Unidos e a Ásia.

O plano para conquistar essa posição foi rapidamente apresentado no Santos Export 2005 a diversas autoridades civis e portuárias da região, pelo prefeito de Iquique, Jorge Soria Quiroga. No público, estavam o governador Geraldo Alckmin, o prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa, o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, João Carlos de Souza Meirelles, e o diretor comercial e de Desenvolvimento da Codesp, Fabrizio Pierdomenico.

Em sua exposição, Quiroga destacou as características geográficas do porto. Ele fica a 1.490 quilômetros de São Paulo e liga-se a diversos países vizinhos, através de estradas, linhas ferroviárias e hidrovias. Iquique está a 200 quilômetros do Peru, 180 quilômetros da Bolívia e 550 quilômetros da Argentina. E também tem vôos regulares às principais capitais latinas.

O complexo é formado por três portos que, juntos, operam em média 8 milhões de toneladas por ano, contra 68 milhões de toneladas do Porto de Santos. Apesar da pequena movimentação de cargas, Iquique está à procura de novos parceiros.

O principal atrativo é um novo cais recém-construído, com 17 metros de profundidade, que permite a recepção dos navios denominados pós-Panamax, aqueles com capacidade para carregar até 9 mil TEUs (unidade de contêiner de 20 pés). Para termos de comparação, o maior navio de contêineres com rota regular no porto santista é o Monte Rosa, com capacidade de carregar 5.552 TEUs e que fez sua viagem inaugural no porto em março deste ano.

No complexo, está o porto de Iquique, com calado de até 17 metros e especializado na movimentação de contêineres. Há outros dois, denominados Patillos y Patache, com 20 metros e 22 metros de profundidade, respectivamente. Esses últimos são especializados no embarque e desembarque de grãos e totalizam uma movimentação de cerca de 6 milhões de toneladas por ano. As outras 2 milhões de toneladas são referentes à movimentação de contêineres. O valor é um pouco maior do que o porto santista operou em único mês no ano passado — 1,5 milhão de toneladas em dezembro de 2004.
Feira.

O diretor Fabrizio Pierdomenico e o prefeito Papa foram convidados — o primeiro durante o Santos Export 2005 — a comparecer na primeira Feira Chinesa para a América do Sul, a ser realizada entre os dias 14 e 21 do próximo mês em Iquique, onde será possível conhecer o complexo portuário.

Segundo o prefeito da cidade chilena, Jorge Quiroga, a feira será a oportunidade para a realização de negócios de empresários de todo o continente. Na ocasião, serão apresentados produtos de última tecnologia, como automóveis, equipamentos de telefonia e de comunicações, máquinas (equipamentos portuários, por exemplo), softwares, computadores e eletrodomésticos.