IPT diz que não há mais risco em Pinheiros

O Estado de S.Paulo - Sexta-feira, 23 de março de 2007

sex, 23/03/2007 - 11h41 | Do Portal do Governo

De O Estado de S.Paulo

O laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) sobre a estabilidade do terreno nas imediações da futura Estação Pinheiros do Metrô indica que não há risco de novos deslizamentos. O documento era uma exigência da Subprefeitura de Pinheiros e servirá como base para a liberação, ainda sem data para ocorrer, dos imóveis interditados desde o dia 12 de janeiro, quando o desabamento das obras da Linha 4 engoliu parte da Rua Capri, matando sete pessoas. Entretanto, alguns moradores não querem voltar para suas casas, e os que querem, é porque não têm opção e estão com medo.

Dos 67 imóveis vistoriados, 58 estão adequados para reocupação, cinco foram liberados com restrição (devem passar por obras de recuperação), três foram condenados e um não pôde ser inspecionado devido à obstrução por ruptura do teto. A análise do IPT sobre as intervenções do Consórcio Via Amarela, responsável pela obra, na estabilização da cratera apontou ainda que “os critérios adotados no dimensionamento das obras de estabilização, contenção e proteção superficial estão de acordo com as boas técnicas da engenharia geotécnica”.

Logo após o acidente, o IPT começou a elaborar laudos individuais para cada um dos 69 imóveis – 67 casas e dois edifícios, que já estavam liberados – afetados pelo desabamento na obra do Metrô. Os últimos seis foram entregues na quarta-feira da semana passada. Entretanto, a Subprefeitura de Pinheiros disse que só autorizaria o retorno dos moradores depois que obtivesse, também do IPT, garantias de que o terreno na área do acidente não oferecia mais riscos.

A Subprefeitura de Pinheiros informou que irá confrontar os laudos sobre a estabilização do solo elaborados pelo IPT, Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea-SP), Via Amarela e a própria Prefeitura. Segundo o subprefeito Nilton Nache, só serão liberados os imóveis que tiverem atestado 100% de segurança nos quatro documentos técnicos. Ainda não há prazo para conclusão dessa análise. Também não foi definido se haverá a necessidade de novas demolições.

Os engenheiros do Departamento de Supervisão e Fiscalização da Subprefeitura de Pinheiros serão os responsáveis pela avaliação dos laudos. Há cerca de um mês, eles já haviam recebido um laudo da Maffei Engenharia, empresa contratada pelo Via Amarela, que atestava a estabilidade do solo no entorno da futura Estação Pinheiros. O documento já foi encaminhado à Secretaria de Transportes Metropolitanos, pasta à qual está subordinado o Metrô.

O corretor de imóveis Antônio Manuel Dias Teixeira, de 53 anos, síndico do prédio 170 da Rua Gilberto Sabino, se recusa a voltar para casa. “Prefiro que paguem a indenização o quanto antes para que eu possa comprar um outro apartamento.” Teixeira diz que, desde o acidente, sua a mulher vive à base de calmantes e passa por tratamento psicológico.