Internos reabilitados pela música fazem show em São Paulo

Gazeta Mercantil - São Paulo - Quarta-feira, 17 de novembro de 2004

qua, 17/11/2004 - 9h10 | Do Portal do Governo

O mais esperado festival de música do Projeto Guri, o Febem In Concert, terá início às 18h de amanhã, no teatro do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, em São Paulo. A abertura ficará por conta da camerata de 27 violões e 25 cavaquinhos, formada por adolescentes do Internato Feminino da Mooca. As jovens irão se apresentar sob a regência do maestro Cláudio Weismam, com a participação especial da cantora Monica Salmasso.

Estarão presentes ao evento, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e os secretários Claudia Costin (Cultura) e Alexandre de Moraes (Justiça e da Defesa da Cidadania). O show marca a temporada de apresentações dos 77 pólos do Guri, implantados neste ano na Febem.

O festival terá 53 apresentações até o final de novembro nas unidades da Febem em todo o Estado de São Paulo. O encerramento será no dia 1º de dezembro, no Memorial da América Latina, com show do Toquinho e participação de aproximadamente 400 adolescentes do Projeto Guri na Febem.

O público poderá conferir o trabalho desenvolvido na entidade, em duas apresentações. No dia 29 de novembro, às 20h30, a Orquestra de Cordas da Febem de Pirituba e o pólo Júlio Prestes reúnem 150 jovens no Teatro Sérgio Cardoso. No dia 01 de dezembro, um grande show com Toquinho movimenta o Memorial da América Latina, a partir das 20h30.

Reabilitação Na Febem de Pirituba, a música se transformou numa das principais ferramentas de reabilitação dos jovens. Dos 82 internos, mais de 90% participam do projeto Guri. Além disso, a unidade tem cerca de 15 grupos de rap.

Os efeitos restauradores da música na vida dos internos são avaliados pelo professor e regente Joelson Sampaio, do projeto Guri, na Febem de Pirituba.

Responsável por ministrar aulas de violino, viola, violoncelo e baixo, ele conta que os jovens que chegam à unidade com maior grau de periculosidade, após ter contato com a música, transformam-se nos alunos mais aplicados, deixando a violência

‘É incrível o poder que a música tem de canalizar o lado agressivo deles. Com o aprendizado dos instrumentos, eles passam a ser mais pacientes e otimistas. A auto-estima aumenta e a agressividade diminui muito. Um dos motivos é o próprio instrumento de corda que exige mais delicadeza do aluno, despertando sua sensibilidade’, explica Sampaio.

O diretor da unidade, Caio Rubens de Mello Castro, conta que vem trabalhando para integrar os jovens do Guri à comunidade, autorizando a apresentação deles em eventos externos, além de organizar festas internas. ‘A aproximação com a família e a comunidade é muito importante no processo de reabilitação, pois desperta a disciplina e melhora a auto-estima deles’.