Internet banda larga ao alcance dos pobres

Jornal da Tarde

qua, 26/05/2010 - 8h06 | Do Portal do Governo

Ao alcançar 86% dos municípios até o fim deste ano, o programa paulista de inclusão digital de parcelas da população sem poder aquisitivo suficiente para comprar computadores, intitulado Acessa São Paulo, servirá de modelo para outras unidades da Federação e para grandes municípios que pretendam promover uma política continuada nessa atividade. Coordenado pela Secretaria de Gestão Pública e gerido pela Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp), ele terá levado, até a chegada de 2011, 4,7 mil máquinas a 633 postos em 557 cidades, que terão capacidade para promover 1,6 milhão de atendimentos mensais. Estes serão feitos com o auxílio permanente de uma equipe de 1,1 mil monitores, que orientarão os usuários e desenvolverão projetos de melhoria de atendimento. A ideia dos responsáveis por essa rede é usar essa expansão do conforto e das utilidades da cibernética também como forma de inclusão social, pois um estudante ou um profissional sem acesso à web certamente terá dificuldades incontornáveis no aprendizado escolar ou no exercício de qualquer ofício.

Cada frequentador das salas equipadas com computadores conectados com a internet terá acesso gratuito à banda larga durante meia hora. Findo o prazo de uso, poderá pegar outra senha e aguardar nova vez. Além desse atendimento individualizado, o Acessa São Paulo também incentiva o desenvolvimento de projetos comunitários com o uso de tecnologia de informação, que podem, por exemplo, ampliar o acesso a cursos de informática e a informações básicas sobre temas vitais, tais como saúde, trabalho, emprego, educação e cultura.

Ao traçar, em 2009, o perfil de quem recorre ao programa para navegar na rede mundial de computadores, a pesquisa Ponline constatou, a partir de uma amostra de 8.268 usuários, que mais que a maioria (69%) tem renda familiar inferior ou igual a dois salários mínimos. O número de frequentadores desempregados subiu de 57% em 2008 para 64% em 2009. Recorrem ao Acessa São Paulo desde boias-frias aprendendo a manejar os mouses até adolescentes, muitos dos quais dão os primeiros passos no aprendizado do uso de programas como Word ou Excel. Todos eles convivem com profissionais que trabalham em salas exclusivas, disponíveis em algumas unidades.

Somente 70% dos frequentadores podem ser classificados como sem-computadores. Os restantes 30% são proprietários de equipamentos em casa, mas não os conectam à internet por lhes faltar a renda suficiente para pagar o custo do acesso à rede. Para estes há ainda a opção do Programa Banda Larga Popular, que isenta o serviço do ICMS. O número potencial de lares que podem ser beneficiados por esse programa, conforme cálculo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), é de 2,5 milhões. Com esse benefício fiscal, as operadoras Net e Telefónica passaram a vender pacotes por, no máximo, R$ 29,80 mensais, com direito a um modem, serviços de instalação e de provedor de internet.