Da Sucursal
A diminuição do nível do Rio Jurubatuba-Mirim obrigou a Sabesp a acionar, pela primeira vez, o sistema de interligação das redes de abastecimento de água de Guarujá e Santos. De acordo com a assessoria de imprensa da estatal, na última quarta-feira a vazão média do líquido na rede de Guarujá caiu de 1.300 litros por segundo para 1.060. Para evitar desabastecimento foi necessário recorrer à rede santista.
Com isso, desde quinta-feira a água que chega aos lares guarujaenses tem o reforço da Estação de Tratamento de Água 3 (ETA 3), de Cubatão, responsável pelo abastecimento de Santos. A ETA 3 envia 240 litros de água por segundo, justamente o complemento para a vazão média dos 1.300 litros por segundo, que o Jurubatuba-Mirim não consegue sustentar neste momento.
A Sabesp explicou que a situação apenas será normalizada com o fim da estiagem, que já chega há 17 dias. A empresa trabalha com a possibilidade de surgimento de chuva a partir de hoje. A interligação das redes de fornecimento é capaz de remeter a Guarujá até 350 litros de água por segundo. Portanto, funciona com mais da metade da capacidade.
Dessa forma, apesar da estiagem, está descartada a incidência de rodízios, como aconteceu em 2003, quando o nível do sistema Jurubatuba-Mirim atingiu a vazão média de apenas 900 litros por segundo.
Garantia
A assessoria de imprensa da Sabesp ressaltou que não existe qualquer risco de desabastecimento em Santos, em razão do apoio dado a Guarujá, pois o sistema de interligação foi projetado para atender os dois municípios. A estatal salientou que além da baixa no nível do rio, o forte calor dos últimos dias fez com que as pessoas também tenham utilizado mais água, o que colabora para o risco de falhas no fornecimento.
Na última quinta-feira, ainda sem saber do início do uso da interligação, a deputada estadual Maria Lúcia Prandi enviou ofício ao superintendente da Sabesp na Baixada Santista, Paulo Roberto de Queiroz, cobrando sua utilização. Prandi comunicou à superintendência as reclamações sobre falta d’água na Cidade que recebeu nos últimos dias, em bairros de Vicente de Carvalho, Santa Rosa e Vila Lígia. A Tribuna também recebeu queixas de munícipes no início desta semana.
A empresa, porém, não garantiu o atendimento em áreas com ligações irregulares, ou seja, clandestinas, como acontece em diversas pontos da Cidade, principalmente em Vicente de Carvalho.
Sistema
A interligação do abastecimento de água entre as duas cidades ficou pronta em junho deste ano, e custou R$ 10 milhões. Ela é feita por um tubo de aço revestido com polietileno de alta densidade, com 800 metros de extensão e 500 milímetros de diâmetro, assentado a dez metros do fundo do canal do Estuário.
