Gazeta Mercantil
O primeiro hospital público especializado em oncologia de São Paulo já surge com a missão de inovar e se tornar referência em todo o País. O Instituto do Câncer de São Paulo, fruto da ação do governo do estado em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) visa a capacitar o estado a enfrentar a segunda causa de morte no Brasil, com 101 mil novos casos no Estado de São Paulo a cada ano.
O novo instituto trará como seu principal diferencial uma alta capacidade de resolutividade, ao integrar as múltiplas fases do diagnóstico até a reabilitação do paciente com câncer. O centro investirá ainda na abordagem multidisciplinar, integrando profissionais variados como médicos, nutricionistas, fisioterapeutas. Este estilo de tratamento significa a garantia de um melhor resultado para os pacientes.
Integrado ao modelo de indissociabilidade entre assistência, pesquisa e ensino adotado pela FMUSP e seu complexo hospitalar, o instituto caminhará para o desenvolvimento de pesquisas e ensaios clínicos nas fronteiras do conhecimento, devendo assumir no Brasil, o papel que o Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP (Incor) representou para o País na questão das doenças cardiovasculares.
Entre as suas principais linhas, estão o desenvolvimento de novos fármacos, os modelos de melhor utilização daqueles já existentes e a pesquisa por imagem molecular, com a utilização do Cíclotron que será instalado no Centro de Medicina Nuclear do Hospital das Clínicas da FMUSP.
De um lado, a pesquisa de ponta representada pelo desenvolvimento de novos medicamentos e pela pesquisa por imagem molecular colocará o Instituto do Câncer de São Paulo em situação de competitividade com os grandes centros de pesquisa do mundo. De outro, os protocolos de uso mais adequado de medicamentos representarão economia de recursos para o estado com a garantia de excelência no atendimento aos pacientes.
O Instituto do Câncer de São Paulo terá papel de destaque também na formação de recursos humanos não apenas para atendimento de suas próprias necessidades como também para os demais centros do País. A experiência de ensino de alta qualidade praticado pela Faculdade de Medicina da USP é o diferencial nesta questão.
É importante ressaltar também que todos os protocolos desenvolvidos pelo instituto poderão ser replicados por toda a rede de saúde do País, contribuindo para o melhor atendimento à população e para a melhor utilização dos recursos destinados à saúde.
A excelência da Faculdade de Medicina da USP, como instituição de pesquisa e ensino reconhecida internacionalmente, dotará o novo instituto das condições necessárias (humanas e de infra-estrutura) para que ele assuma seu papel de liderança dentro do sistema público de saúde, onde o centro funcionará como cabeça da rede no diagnóstico e tratamento de casos oncológicos de alta complexidade e atenderá à população inserida no Sistema Único de Saúde (SUS) por referência e contra-referência.
Sua interação com o Complexo Hospital das Clínicas(HC) também resultará em maior eficiência e otimização de recursos. Particularmente nesta primeira fase, em que os serviços serão implantados gradativamente, este apoio prestado pelo HC será fundamental para o bom desempenho do instituto.
Com a conclusão de instalação e ativação de todos os seus serviços – previstas para dezembro de 2009 – o Instituto do Câncer terá capacidade para 16 mil cirurgias e 400 mil novas consultas por ano, com o atendimento de 16 mil a 20 mil casos novos por ano (1,5 mil a 1,7 mil por mês). Está previsto ainda o atendimento de 5 mil pacientes ao ano em procedimentos de radioterapia e 70 mil quimioterapias por ano.
E já a partir de maio serão disponibilizados os atendimentos ambulatoriais de oncologia clínica e ginecológica e o serviço de quimioterapia ambulatorial. Os pacientes virão por meio do sistema de referenciamento do SUS e já poderão contar com o atendimento diferenciado do instituto.
Ao inaugurar o Instituto do Câncer de São Paulo, a rede pública de saúde paulista mostra sua vocação de estruturar-se a partir da visão de futuro, tornando-se referência para todo o País. (Colaborou: Paulo Hoff, diretor clínico do Instituto do Câncer de São Paulo).
Professor titular da Faculdade de Medicina da USP e diretor geral do Instituto do Câncer de São Paulo)
