Instituto do Câncer de SP terá prontuário digital

O Estado de São Paulo, terça-feira, 5 de agosto de 2008

ter, 05/08/2008 - 14h36 | Do Portal do Governo

Em menos de dois segundos, o histórico clínico do paciente surge numa tela de 14 polegadas. Ali estão todas as informações do prontuário médico, com direito a medicação prescrita, fotos e imagens de exames, como ressonâncias magnéticas e tomografias. Até o final do ano, 150 aparelhos como este – chamado de prontuário digital móvel – vão estar disponíveis no Instituto do Câncer de São Paulo, aberto há três meses na zona oeste da capital.

O hospital será o primeiro do País a utilizar a tecnologia e para isso pretende investir R$ 750 mil na compra dos equipamentos. Em outubro começam a chegar as primeiras unidades. “A economia em papel, tempo e menor possibilidade de erros vai ser sentida com o tempo”, diz o o diretor de Tecnologia de Informação e Infra-estrutura do hospital, Erico Bueno.

Com menos de 1,5 kg e 2 centímetros de espessura, o prontuário móvel digital funciona como um computador pessoal e acompanha o médico por onde ele for. Para acessar o conteúdo do histórico do paciente, que também funciona por comando de voz, é preciso apenas passar um leitor de código de barras em uma pulseira presa ao braço do doente. “Todo o paciente que chega ao hospital tem sua história cadastrada online e a consulta dos dados permite a análise de sua evolução”, afirma Bueno.

O acesso remoto só é possível graças ao sistema wireless instalado em todos os 23 andares do hospital. Em cada pavimento, oito antenas fazem a conexão com a central de dados instalada no 15º andar.

O prontuário, com uma câmera digital embutida, permite fazer fotos dos pacientes e disponibilizá-las online . Outra facilidade é a possibilidade de prescrição, também online, de medicamentos. Assim que uma droga é prescrita pelo médico, a informação chega aos enfermeiros, encarregados de fazer a medicação.

Uma caneta digital dá ao médico não só a possibilidade de prescrever o remédio como também fazer anotações sobre as condições clínicas do doente.

Segurança

Para acessar o sistema, no entanto, é necessário ser cadastrado no corpo clínico do hospital. A segurança é garantida pelo sistema de biometria – instalado no prontuário eletrônico – que faz a leitura da impressão digital do médico. “A autenticação da digital garante que apenas os médicos do Instituto do Câncer possam ter acesso às informações”, afirma Bueno.

Segundo o diretor do Instituto do Câncer de São Paulo, Giovanni Guido Cerri, esse é o fim do prontuário de papel para os pacientes do hospital que mal acabou de abrir suas portas. “Nosso objetivo é reduzir o desperdício de papel, tempo e dar mais segurança em todo o atendimento”, diz.

Por enquanto, o prontuário digital está em fase de testes no hospital, mas deve passar a ser usado regularmente nos 30 leitos de internação que serão abertos na segunda quinzena deste mês.

Seis leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) também passam a funcionar este mês no hospital que já tem os ambulatórios de oncologia e oncoginecologia, além do pronto-atendimento, funcionando. “Não só os médicos estão aptos a usar o sistema, como também os enfermeiros foram treinados”, diz Cerri.

O Estado de São Paulo

(C.C.)