Instituto do Câncer abre centro a doente sem chance de cura

Folha de S. Paulo

sex, 23/10/2009 - 8h14 | Do Portal do Governo

Iniciativa, divulgada ontem em simpósio sobre humanização hospitalar, oferece assistência 24h 

Um espaço que abriga doentes sem chances de cura e que não têm condições de ficar em casa. É o novo projeto de cuidados paliativos do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira), chamado de “hospice”, onde os pacientes têm assistência 24 horas por dia prestada por uma equipe multidisciplinar. 

Um modelo, que funciona há um mês em Cotia, foi apresentado ontem como uma das iniciativas em humanização hospitalar do Icesp, durante evento que reuniu iniciativas de outras instituições em oncologia.

“Não é um processo fácil de implantar dentro de uma grande instituição porque não se trata apenas de um grupo de ações. Estamos aliando o conceito de ética de cuidado do paciente à toda instituição. Desde como o porteiro recebe o paciente lá embaixo até a maneira como é conduzida uma reunião da diretoria”, afirma Eliana Ribas, coordenadora de humanização do Icesp e ex-coordenadora do programa nacional de humanização de hospitais.

Como parte das ações, o instituto inaugurou ontem uma área exclusiva para os funcionários, com biblioteca, computadores e jogos.

No evento, também foi discutido o papel da ouvidoria dentro das instituições, não só para ouvir as queixas dos pacientes e dos seus familiares mas para encaminhar as mudanças propostas por eles. No Icesp, por exemplo, a ampliação do horário da visitas e a adaptação de um banheiro para crianças foram adotadas após sugestões de familiares de pacientes.

O próximo passo do instituto será a criação de uma metodologia para quantificar o impacto dos programas de humanização no tratamento e qualidade de vida dos pacientes. O Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba (PR), foi um dos primeiros do país a fazer isso.

Desde a década de 90, quando as crianças internadas passaram a ter companhia permanente dos pais, houve redução de mais de 50% no tempo de internação, 20% nos índices de infecção hospitalar e extinção dos casos de depressão infantil causados pela hospitalização.

“O sistema imunológico fica mais fortalecido quando o emocional está bem”, afirma Maria Gloss, coordenadora de educação e cultura do Pequeno Príncipe.