Instituto de Zootecnia faz 100 anos

Correio Popular - Campinas - Sexta-feira, 15 de julho de 2005

sex, 15/07/2005 - 10h35 | Do Portal do Governo

Programação de festejos hoje prevê a assinatura de protocolo de intenções entre o Brasil e a Austrália

Angela Kuhlmann
Da Agência Anhanguera

O Instituto de Zootecnia, um dos seis centros de pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, sediado em Nova Odessa, completa hoje 100 anos. Uma programação variada foi preparada para as festividades, incluindo a assinatura de um protocolo de intenções para cooperação técnica entre Brasil e a Austrália, na presença do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, do secretário estadual de Agricultura, Duarte Nogueira, e do ministro de Agricultura, Pesca e Floresta da Província da Austrália Ocidental, Kim Chance, que está no País acompanhado de outros seis membros da mesma província.

A delegação australiana busca conhecimentos técnicos nas áreas de defesa e pesquisa agropecuária, com especial interesse nos setores de defesa animal e vegetal e em tecnologias geradas em São Paulo no cultivo de cana-de-açúcar para produção de álcool, biocombustíveis, produção de ovinos deslanados (tosquiado) para carne, além de espécies e cultivares de plantas forradeiras (para pastagem) para clima seco.

Outro ato previsto na comemoração é a assinatura de um convênio entre o Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento e a Universidade Estadual Paulista (Unesp), para a realização do estágio oficial de alunos junto ao instituto. Outra novidade é a apresentação do programa estadual ‘Confina São Paulo’, pelo qual será formalizada uma proposta de trabalho de pesquisa para a melhoria da qualidade da carne produzida no estado. De acordo com o pesquisador responsável pelo programa, Fábio Dutra Rezende, ‘sabendo-se que o estado paulistano é o maior exportador de carne, estamos sugerindo um projeto que viabiliza o confinamento de animais com utilização de subprodutos da agroindústria (cana, laranja, algodão, soja, girassol) na alimentação bovina’, destaca.

Com um corpo técnico de 65 pesquisadores, 22 recentemente efetivados, e a principal função de desenvolver e transferir tecnologia e insumos para a sustentabilidade dos sistemas de produção animal, o IZ se destaca na pesquisa com trabalhos na área agropecuária ao gerar tecnologias para o agronegócio paulista, como sistema de produção intensiva de ovinos para abate superprecoce, realização de testes para identificação de genótipos superiores para maciez da carne, programa de melhoramento genético de raças zebuínas brasileiras e melhoria das pastagens e insumos.

De acordo com o Diretor Técnico de Departamento do Instituto, Paulo Bardauil Alcântara, um dos resultados de maior destaque ao longo da história do IZ está na pesquisa do gado de corte. ‘Um levantamento contínuo iniciado há 55 anos permitiu o ganho de um quilo por ano por cabeça, ou seja, com a seleção e melhoramento genético, o rebanho ganhou 55 quilos de peso por cabeça nesse período’, explica.

Bardauil cita ainda outros benefícios conseguidos como a redução da aplicação de vermífugos no rebanho ovino, que passou de doze anuais para apenas duas, baixando os custos para os criadores e ainda o aperfeiçoamento genético de exemplares de carne mais macia para transmissão hereditária para futuros rebanhos. Segundo ele, no campo das forrageiras, o IZ é líder desde a década de 60 e suas pesquisas servem de base para os demais trabalhos no campo das análises bromatológicas para composição e adubação dos alimentos.

Com sua trajetória nos últimos 100 anos, o IZ teve um papel fundamental no desempenho dos pecuaristas brasileiros responsáveis por uma performance que evolui ano a ano. Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) revelam a exportação recorde de carne no último ano com 31,56% de crescimento em 2004 com relação a 2003 e receita acima de US$ 7 bilhões (R$ 16 bilhões) entre julho de 2004 e junho deste ano.

Raio X

Fundação
Em 1905 como Posto Zootécnico Central instalado no bairro da Móoca em São Paulo

Transferência
Em 1970 foi transformado em Instituto e funcionou no Parque da Água Branca na Capital até 1975

Nova mudança
Em 1975 foi transferido para Nova Odessa

Rebanho próprio
3,9 mil animais

Funcionários
232

Número de pesquisadores
65

Área
882 hectares sendo 65% em Nova Odessa e 35% em Americana