O Instituto Butantan, vinculado à Secretária de Saúde do Estado de São Paulo, vai começar sua produção própria de vacinas para gripe a partir de agosto deste ano. “Não vamos mais precisar importar vacina contra a influenza a partir do ano que vem”, disse ao Valor Isaías Raw, assessor do conselho de pesquisa do Instituto e Fundação Butantan. “A gripe é a única doença que tem programa mundial”, disse.
O instituto paulista já tem disponível no país medicamento para o combate da H1N1, a gripe suína, e a H5N1, a gripe aviária, por meio de testes de ensaios clínicos. “Temos cerca de 20 mil doses para o combate da gripe aviária, mas nem foi preciso usar”, afirmou Raw. A produção dessas vacinas pelo instituto só foi possível por meio do acordo de transferência de tecnologia fechado com a Sanofi Pasteur, divisão da Sanofi-Aventis. Essa parceria com o laboratório francês foi firmada em 1999.
A fábrica de vacinas contra gripe do Instituto Butantan foi inaugurada em abril de 2007 e consumiu investimentos de cerca de R$ 100 milhões. Por meio do acordo fechado com a Sanofi Pasteur, o instituto paulista também começa a produzir em larga escala vacinas contra a gripe sazonal. “Esses medicamentos são distribuídos gratuitamente pelo Ministério da Saúde”, disse.
Dos quatro laboratórios estatais, o Instituto Butantan é o maior em volume de produção, com mais de 150 milhões de doses por ano. São cerca de 20 vacinas produzidas em São Paulo para combater cerca de 20 doenças humanas, desde os tradicionais tipos de vacinação combinada, como difteria, tétano e coqueluche, além de hepatite B, raiva humana e gripe. O laboratório estatal Fiocruz, do Rio de Janeiro, é o único do país que fabrica a vacina contra a febre amarela.
