Instituto Biológico se moderniza como agronegócio

Brasil Econômico

seg, 23/11/2009 - 8h35 | Do Portal do Governo

Órgão paulista inaugura hoje laboratório para voltar a atuar em diagnósticos avícolas, em plano de cinco anos e R$ 11 milhões 

O Instituto Biológico de São Paulo (IB), ligado ao governo estadual, dá hoje três importantes passos em seu processo de modernização. Será inaugurado um laboratório para a produção de insumos para testes de doenças em aves, marcando a volta do instituto ao setor, e outros dois laboratórios receberão certificações ISO, importantes para o reconhecimento internacional dos testes realizados no órgão.

Além de cumprir políticas públicas na área de sanidade animal e vegetal, as novidades acabam sendo importantes para o sustento do instituto. Fundado em 1927, o Biológico tem hoje cerca de 20% da receita proveniente dos serviços que presta ao setor privado.

Há quatro anos, quando o projeto de modernização começou, esses serviços respondiam por 10% da receita, e os outros 90% vinham do governo. “Faturamos de R$ 4 milhões a R$ 5 milhões por ano com essas atividades”, diz o diretor geral do instituto, Antonio Batista Filho.

A estratégia é melhorar a qualidade e a capacidade de análises e diagnósticos, para acompanhar a evolução do agronegócio. O plano de cinco anos acaba em 2010, com investimento de até R$ 11 milhões. Volta às aves O laboratório voltado ao setor avícola que começa a funcionar hoje custou R$ 1 milhão e produzirá antígenos que são usados para o diagnóstico de doenças avícolas.

Além de usar parte da produção para os serviços que o IB passará a prestar ao setor, também venderá antígenos diretamente para empresas de diagnóstico agropecuário e avicultores. “A demanda por esse laboratório surgiu do próprio setor”, conta Batista, animado comas perspectivas. A fórmula deu certo em um laboratório semelhante, voltado a antígenos para a brucelose e a tuberculose em bovinos e suínos.

Só no ano passado foram vendidas 2 milhões de doses de antígenos, para dez estados. “Tivemos que investir em uma envasadora automática, tamanho o volume da rodução.” O IB, ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, é o instituto com o maior número de exames vegetais e animais credenciados junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. São 67 diagnósticos na área de sanidade vegetal e mais de 70 em sanidade animal. Em 2009, são R$ 3,5 milhões destinados à  modernização, certificação e construção de laboratórios.

Em 2010, para concluir o projeto, serão mais R$ 2 milhões. Os reflexos do processo continuam aparecendo em números. Em 2008, o instituto fez em média 600 análises por mês. Em outubro deste ano, chegou a 700. “Até o fim do ano deveremos chegar a 750 análises mensais”, prevê o agrônomo Batista, à frente do Biológico desde o ínicio da modernização. 

Certificações dão destaque internacional

A modernização não significa apenas ampliar e melhorar os laboratórios. É preciso fazer com que o mercado internacional e local reconheça o aumento da qualidade. Por isso, o Instituto Biológico (IB) está investindo tempo e dinheiro na certificação de suas instalações. O laboratório que analisa resíduos de pesticidas em alimentos receberá hoje o ISO 17.025, para ensaios químicos em alimentos e bebidas. “Será o primeiro laboratório do gênero administrado pelo poder público com esta certificação no Brasil”, diz o diretor-geral, Antonio Batista Filho.

O IB também recebe hoje o ISO 9001:200 para o diagnóstico de doenças fúngicas e vírus em plantas. O que a sopa de letras e números dessas certificações quer dizer é que o Biológico terá qualidade internacional reconhecida para fazer análises da presença de doenças em plantas e alimentos, permitindo aos exportadores utilizar seus laudos para provar a sanidade dos produtos. Mais ainda, missões estrangeiras que venham ao Brasil para avaliar questões sanitárias serão praticamente obrigadas a reconhecer os laudos do IB.

Capacidade quadruplica em 2010

Unidade de diagnóstico molecular, de R$ 2 milhões, será principal avanço do projeto. Até a metade de 2010, entra em operação no Instituto Biológico (IB) um laboratório de diagnóstico molecular, que ampliará a capacidade de análises em mais de quatro vezes. Trata-se de uma tecnologia de ponta, e um dos investimentos mais significativos do processo de modernização do instituto. As instalações custarão ao todo R$ 2 milhões, dos quais R$ 1,5 milhão já foram investidos. “Quando este laboratório ficar pronto, o Biológico terá dado um salto”, afirma o diretor geral do instituto, Antonio Batista Filho.

Os exames ficarão muito mais rápidos com a nova tecnologia. “A demanda pelas certificações sanitárias que fornecemos cresce no mesmo ritmo da profissionalização do agronegócio e das exigências dos compradores internacionais”, diz.

Conclusão

O novo laboratório será a principal novidade do Biológico no ano que vem, em que será concluído o projeto de modernização do instituto. Os recursos injetados neste processo vêm do programa Risco Sanitário Zero, do governo paulista. “Só foi possível investir porque houve verba específica”, diz Batista. Os investimentos totais em 2010 serão de R$ 2 milhões, incluindo os R$ 500 mil restantes para o laboratório de diagnóstico molecular e R$ 1,5 milhão para outros projetos. Com esses aportes, o Biológico conclui em dezembro do ano que vem o seu processo de modernização.

Destaques

● Fundado em 1927, o Biológico está situado em prédio tombado na capital paulista, e tem centros de pesquisa no interior.

● A receita do instituto em 2009 deve ser de cerca de R$ 25 milhões, sendo 80% do governo e 20% da prestação de serviços.

● Em outubro, foram realizados em média 700 exames por dia, contra 600 na média de 2008.