Iniciativa privada poderá explorar Metrô

Gazeta Mercantil - 27/1/2003

seg, 27/01/2003 - 11h27 | Do Portal do Governo

Governo estadual pretende aumentar ritmo da expansão das linhas por meio de concessões

O governo de São Paulo estuda a possibilidade de a iniciativa privada explorar linhas do Metrô por meio de contratos de concessão – processo semelhante ao da privatização das rodovias que cortam o estado. O objetivo é aumentar o ritmo de ampliação das linhas, que atualmente é lento e insuficiente para atender a demanda de uma população estimada em 10,2 milhões de pessoas.

De acordo com informações da Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos, as quatro linhas do Metrô hoje existentes têm 58,6 quilômetros de extensão. Juntas, transportam cerca de 2,6 milhões de pessoas diariamente. Em quase 30 anos de operação, isso significa a construção de apenas 2 quilômetros por ano.

O secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, diz que a intenção do governo é mudar essa situação acelerando ao máximo a expansão da malha metroviária de São Paulo. ‘A meta é tentar construir entre oito e dez quilômetros de linha por ano’, o que representa um ganho social não apenas em cifras, mas principalmente em qualidade de vida para todos os cidadãos, sejam eles usuários ou não do Metrô.’

De acordo com Fernandez, para concretizar o que vem sendo objeto de muitos estudos e planejamento será necessário recorrer à iniciativa privada por meio de contratos de concessões. O governo adianta que o primeiro desses contratos poderá ser o da linha 4-Amarela, que vai ligar o bairro de Vila Sônia (na zona oeste) ao bairro da Luz, na região central da cidade.

As obras foram divididas em duas etapas. A primeira fase terá início no primeiro semestre de 2003, com previsão de conclusão em 2006, contando com um investimento da ordem de US$1,161 milhão.

O presidente do Metrô, Miguel Kozma, explica que a idéia é que, ao entrar em operação, esse trecho obedeça ao padrão operacional hoje em vigor nas linhas norte-sul e leste-oeste, nas quais, nos horários de pico, o intervalo entre um trem e outro é de seis segundos. Isso, segundo ele, exige altos investimentos em tecnologia, ‘mas é necessário, pois assegura o perfeito funcionamento do serviço, sem acidentes.’

Transporte inteligente

As concessões ocorrerão somente para novas linhas, o que, segundo o secretário, viabilizará a expansão do sistema, tendo em vista a limitada capacidade de investimentos do governo. Os trechos existentes continuarão a ser operados pelo Metrô.

As obras de infra-estrutura, que compreendem a construção da linha férrea e das estações, serão de responsabilidade da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos. À iniciativa privada caberá a incumbência de cuidar do material rodante, isto é, aquisição, manutenção e circulação dos trens, com toda a tecnologia que isso implica.

O secretário acredita que esse tipo de parceria está em sintonia com a proposta de sua administração de manter o foco no transporte público inteligente. Para ele, há necessidade de expandir o sistema de Metrô, modernizar a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e também criar corredores de ônibus com vias exclusivas e terminais de transferência de um meio de transporte para outro. Esses são alguns trabalhos que devem garantir mais eficiência ao transporte público em São Paulo.

Reorganização no interior

O secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, apresenta às 10h de hoje um projeto para reorganizar o sistema de transporte metropolitano de passageiros nos municípios de Sumaré, Hortolândia, Monte Mor e Campinas. Ele vai explicar como implantará o novo sistema em uma entrevista coletiva para a imprensa na unidade da EMTU, na avenida Brasil, em Campinas.

De acordo com a Secretaria de Transportes Metropolitanos, o projeto representa um importante passo no reordenamento do sistema de transporte regular de passageiros da Região Metropolitana de Campinas. O projeto está dividido em duas partes, sendo que a primeira consiste na implantação de mudanças operacionais nas linhas metropolitanas dos quatro municípios. A segunda parte inclui obras de adequações viárias, construção de estações de transferência (baias, abrigos e passarelas) e de terminais.

A reorganização do sistema já está levando em conta a regulamentação do transporte clandestino metropolitano, por meio do projeto Orca (Operador Regional de Coletivo Autônomo), cuja implantação encontra-se em andamento.

Da Redação de São Paulo