Ineficiência das perdas

Brasil Econômico

qua, 09/06/2010 - 8h13 | Do Portal do Governo

O combate às perdas na produção e distribuição da água representa o melhor e mais próximo manancial para o abastecimento de nossas cidades.

O aumento da eficiência permite atender a mais pessoas com o mesmo volume de água. As melhores técnicas para a redução de perdas foram objeto do 6º Congresso Internacional de Perdas de Água, sediado pela Sabesp.

As causas são vazamentos, redes antigas, excesso de pressão, entre outras. Também existe a perda comercial ou aparente, quando a água chega a seu destino, mas não é paga devido a fraudes, ligações clandestinas e deficiência na medição do consumo, decorrente de hidrômetros obsoletos.

No Brasil, estima-se em 39,8% o valor médio de perdas. É como uma padaria jogando fora quase 40 pães a cada centena produzida. Nos últimos anos a Sabesp vem intensificando as ações de seu Programa Corporativo de Redução de Perdas.

Só no ano passado investiu R$ 261 milhões no programa. Os investimentos vão desde a renovação da infraestrutura, passando por pesquisa de vazamentos, troca de hidrômetros, combate as fraudes, entre outras ações.

Esse empenho já deu resultados: de 2006 a 2009, o índice de perdas caiu de 32% para 26%. Esse percentual equivale a 174 bilhões de litros de água – suficientes para abastecer por um ano 1,7 milhão de pessoas – correspondente à soma de habitantes de Campinas e Osasco.

Hoje, o índice de perdas da Sabesp está em 25,7%. A meta é que, até 2019, o índice seja de 13%, compatível com padrões internacionais.

Para atingi-la, a empresa tem investimentos previstos em perdas de mais de R$ 2,3 bilhões para a próxima década.

A redução de perdas faz parte de um conjunto mais amplo de ações para a sustentabilidade da água. Uma delas é a reutilização, mediante forte aumento da oferta de água de reúso.

A Sabesp e a Foz do Brasil anunciaram os investimentos do Projeto Aquapolo, empreendimento de porte inédito no Hemisério Sul, dedicado à produção de água de reúso para fins industriais, tendo como insumo o esgoto tratado.

Capacitado para produzir 1.000 litros por segundo, o Aquapolo abastecerá o Polo Petroquímico do ABC paulista, gerando uma economia de água suficiente para abastecer um município como Santos. Por fim, no lado da demanda, a Sabesp apostou no Programa de Uso Racional da Água (Pura).

Sua aplicação em escolas, hospitais e outras instituições tem gerado economia média de 25-30% no consumo de água.

A situação crítica de escassez de água de importantes regiões do mundo (como a região metropolitana de São Paulo) não deixa alternativa.

Chegou a hora da eficiência na produção, distribuição e consumo do recurso mais valioso do planeta.

Gesner Oliveira é presidente da Sabesp