Índice de aprovação alto põe SP entre os 4 melhores do país

Folha de S.Paulo - Quinta-feira, 12 de junho de 2008

qui, 12/06/2008 - 10h55 | Do Portal do Governo

Folha de S.Paulo

Nas notas do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) divulgadas ontem pelo Ministério da Educação, o Estado de São Paulo aparece sempre entre as quatro melhores unidades da federação.

O que mais explica a boa posição paulista no ranking nacional são os elevados índices de aprovação dos alunos.

Isso não significa que, de 2005 para 2007, a nota média dos estudantes nas avaliações oficiais do Ministério da Educação tenha piorado nas escolas estaduais e municipais de São Paulo. Tanto nas provas de português quanto nas de matemática, as notas dos alunos paulistas melhoraram.

Isso mostra que a trajetória de queda na nota dos alunos de São Paulo -verificada em anos anteriores especialmente na oitava série do ensino fundamental e no terceiro ano do ensino médio- foi interrompida.

Avaliações locais Assim que o resultado do Ideb foi divulgado, a Secretaria de Estado da Educação divulgou uma nota chamando a atenção para a boa colocação. O título: “São Paulo tem a melhor educação de quinta e de oitava série do Brasil”.

No entanto, avaliações criadas pelo governo estadual e pela Prefeitura de São Paulo para monitorar a qualidade das escolas públicas chamaram a atenção por dados que revelam as deficiências do ensino.

No caso do Saresp, a avaliação estadual, apenas 7 das 5.183 escolas obtiveram nota de país desenvolvido. Mais de 60% dos alunos do terceiro ano do ensino médio erraram uma questão simples de soma de frações.

Na Prova São Paulo, a avaliação municipal, descobriu-se que perto de 15% dos alunos da segunda série conseguem ler textos simples, mas não compreendê-los.

Para Volmer Áureo Pianca, um dos diretores da Udemo (entidade que reúne diretores de escolas estaduais de São Paulo), as avaliações locais são mais fidedignas que as nacionais porque consideram as realidades específicas da região. “As avaliações externas incorrem no erro da generalização.”

A secretária estadual da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, afirma que a avaliação nacional e a estadual “não apontam nada diferente”: “As duas mostram melhoras razoáveis”.

Procurado pela Folha, o secretário municipal da Educação de São Paulo, Alexandre Schneider, disse que não comentaria as notas pelo fato de o Ideb ainda não ter os dados específicos da rede municipal.

Aprovação automática O alto índice de aprovação de alunos, que puxa a nota de São Paulo para cima, é em boa parte explicado pela política de aprovação automática (ou progressão continuada).

Na rede estadual e na rede municipal da capital, a aprovação automática vale até a oitava série. Só há reprovação em casos excepcionais.

A influência da aprovação no resultado do Ideb fica evidente quando os Estados são colocados separadamente pela sua taxa de aprovação e pelas notas dos alunos.

Na oitava série, São Paulo apresenta a oitava maior média nas provas de português e matemática. Mas se é considerada apenas a taxa de aprovação dessa mesma série (89,2%), o Estado pula para a primeira posição. Juntando os dois critérios, a oitava série de São Paulo fica em primeiro lugar no Ideb.

No ensino médio, em que não há aprovação automática, São Paulo fica em quarto lugar na taxa de aprovação e em sétimo na nota dos alunos. No final, acaba na quarta posição.

A secretária estadual da Educação, porém, afirma que as boas notas de São Paulo não são determinadas pelo alto índice de aprovação nas escolas da rede. “São Paulo melhorou foi na nota das provas”, afirma ela.