Editorial
Temos visto nos últimos anos, programas, políticas e iniciativas em prol da inclusão digital em todo o País. As experiências tecnológicas ampliam o leque de conhecimentos, dilatam as oportunidades e criam interação social.
O acesso ao computador, sobretudo à internet, marca de certa forma, a emancipação da sociedade. Cria oportunidades de desenvolvimento humano (educação, saúde, renda) com base na liberdade de informação e comunicação. Por estes motivos, se faz tão surpreendente dados revelados pelo Levantamento das Unidades de Produção Agropecuária (Lupa) e divulgados ontem em O Imparcial.
Segundo balanço, das 29.845 unidades de Produção Agropecuária (UPAs) existentes nos escritórios de Desenvolvimento Regional (EDRs) de Presidente Prudente, Presidente Venceslau e Dracena, 1.304, ou 4,3%, utilizam computador nas atividades agropecuárias. Em relação ao uso da internet para os mesmos fins, o estudo revela que apenas 4% têm esse acesso.
Em pesquisa apenas em Prudente, os índices também se revelam baixos. Das 11.799 unidades agropecuárias da cidade, 734, ou 6,2% utilizam computador. Sendo que destes, apenas 5,9% utilizam internet.
Os baixos índices de inclusão digital no setor se devem, segundo sondagem, a falta de treinamento e cursos na área e possivelmente também a baixa escolaridade e faixa etária avançada dos proprietários de UPAs. Infelizmente, as pessoas mais velhas ainda são resistentes em relação à tecnologia. Falta de esclarecimento, preconceito e hábitos antigos fazem com que muitas pessoas “torçam o nariz” para globalização.
Já está mais do que evidente a importância do computador e internet no desenvolvimento de qualquer empreendimento. São ferramentas que podem gerar novos negócios, acessibilidade a diversas atividades econômicas, rendas alternativas, pesquisa de preços e troca de conhecimento.Enfim, a semente da prosperidade a qualquer gestor.
Apesar da resistência para a inclusão digital em relação a produtores rurais, não podemos nos esquecer, que sem incentivo não há avanço.
Não basta a aceitação do setor. Os produtores, principalmente os pequenos, dependem de incentivos públicos. Governos municipal, estadual e até mesmo o federal precisam estender as políticas de inclusão digital também aos produtores rurais.
Com iniciativas governamentais como escolas de informáticas, capacitação, telecentros e infocentros, acesso à web na área rural e incentivos ficais para aquisição de equipamentos serão possíveis ampliar a forma de participação cidadã e inclusão digital deste setor econômico tão importante para nosso País.
