IML já usa exame de DNA para identificar vítimas do acidente

Folha de S. Paulo, sábado, 4 de agosto de 2007

sáb, 04/08/2007 - 17h15 | Do Portal do Governo

Folha de S. Paulo

O IML (Instituto Médico Legal) começou a recorrer ao exame de DNA para identificar os corpos das vítimas do acidente da TAM. Esses exames começaram a ser feitos no sábado passado, mas o anúncio só foi feito ontem pelo órgão.

Até as 18h de ontem, dos 139 corpos identificados, 25 tiveram as identidades confirmadas pelo DNA. Desde o dia 21, o IML coletou sangue de 197 parentes de vítimas.

O instituto usa basicamente três técnicas para identificar um corpo: a impressão digital, o reconhecimento por uma alguma característica peculiar da pessoa -uma tatuagem, um piercing- e o DNA.

Segundo o diretor de divisão do órgão, Carlos Alberto de Souza Coelho, as três técnicas são complementares. No entanto, o estudo do material genético é, geralmente, a última opção.

A identificação pelo DNA acelerou o ritmo de trabalho. Só ontem, sete vítimas foram identificadas. Da extração da amostra do material ao reconhecimento, levam-se dois ou três dias

Mitocôndrias

Segundo a responsável técnica pelo laboratório de DNA do Instituto de Criminalística (IC), Norma Bonacorso, até agora não foi preciso usar o material genético encontrado nas mitocôndrias para identificar os corpos, apesar do estado de carbonização e de mutilação da maioria deles.

As mitocôndrias são as usinas energéticas das células e ficam dentro do citoplasma. Normalmente, o DNA mitocondrial é extraído quando as amostras estão muito degradadas ou apresentam pequena quantidade de DNA nuclear -que é retirado do núcleo da célula e utilizado nos exames tradicionais.O IML mudou a maneira de identificação depois que entregou um corpo errado para uma família no interior de São Paulo. A partir de agora, além do código numérico de quatro dígitos, a etiqueta terá também o nome da pessoa.