IAC lança maracujá de cor roxa

O Estado de São Paulo - Quarta-feira, dia 26 de julho de 2006

qua, 26/07/2006 - 10h17 | Do Portal do Governo

Fernanda Yoneya, ESPECIAL PARA O ESTADO

Um maracujá doce, roxo e muito atraente para o mercado externo. A novidade foi desenvolvida pelo Instituto Agronômico (IAC), após 12 anos de pesquisa, e batizada de maracujá-roxo IAC-paulista. “É uma variedade menos ácida do que a amarela e, por ser mais doce, ideal para exportação”, diz a pesquisadora Laura Maria Molina Meletti, responsável pelo desenvolvimento da variedade.

A semente foi registrada no Ministério da Agricultura em dezembro de 2005, mas está sendo apresentada só agora, para coincidir com a época ideal de semeadura. “No Centro-Sul, a semeadura de maracujá vai de agosto a janeiro, mas, quanto antes o produtor semear, maior será a duração da safra em 2007”, explica. Semeando em agosto, é possível plantar em outubro e iniciar a safra já em fevereiro, colhendo até julho. O IAC já tem sementes disponíveis para venda.

COLORAÇÃO

O grande atrativo da variedade é a coloração roxo-avermelhada, embora a polpa continue amarelo-alaranjada. A polpa, bastante suculenta, representa cerca de 50% do fruto. Quanto ao clima, o IAC-paulista prefere temperatura amena. A produtividade média é de 25 toneladas/hectare/ano, ante 40 a 45 toneladas/hectare/ano do maracujá amarelo.

A produtividade menor do maracujá-roxo, porém, é compensada pelo maior valor de mercado. “Ele é indicado para o mercado de frutas frescas, por ser diferenciado, para comercialização no varejo ou para exportação.” O preço, por unidade, deve variar de R$ 0,80 a R$ 1,20. “A idéia é vendê-lo por unidade, não por quilo.”

MERCADO EXTERNO

O maracujá-roxo tem chance de emplacar fora do País por ser menos ácido. “Lá fora, a preferência é por frutos mais doces”, diz Laura. “O mercado europeu já consome maracujá-roxo produzido na África do Sul e na Austrália.” Hoje, o Brasil é o maior produtor mundial de maracujá, mas o mercado interno absorve quase toda produção. “Com o IAC-paulista, poderemos pensar no mercado externo.”

Laura alerta os produtores, porém, que o maracujá-roxo não deve ser cultivado com a variedade amarela, pois, por serem da mesma espécie, pode haver cruzamento natural, resultando em frutos rosados e sem valor. O IAC-paulista será apresentado na Feira Estadual da Agricultura Familiar e do Trabalho Rural, entre 4 e 6 de agosto, em Agudos (SP).

SAIBA MAIS:

IAC, tel. (0–19) 3242-4246