Hospital Regional, Um Ano Depois

ValeParaibano - São José dos Campos - Terça-feira, 10 de maio de 2005

ter, 10/05/2005 - 12h06 | Do Portal do Governo

Márcio Cidade Gomes

Se governar é escolher, o Estado de São Paulo pode se orgulhar da escolha feita.

Em janeiro de 2003 tínhamos um compromisso inadiável firmado com o Vale do Paraíba: a criação de um hospital regional, que efetivamente atendesse às necessidades da população que depende do SUS (Sistema Único de Saúde) nos 27 municípios que compõem região da DIR (Direção Regional de Saúde) 24, com sede na cidade Taubaté.

Em 11 de maio do ano passado, após intensas negociações e muito empenho, o antigo Hospital Santa Isabel de Clínicas (Hosic), ligado à ocasião à Irmandade de Misericórdia, foi desapropriado pelo governo do Estado de São Paulo por R$ 20,8 milhões.

Nascia, ali, o embrião para proporcionar um verdadeiro salto de qualidade no atendimento em saúde do Vale do Paraíba.

Mas era apenas o começo. Muito ainda precisava ser feito para que o Hospital Regional se tornasse realidade.

A Secretaria de Estado da Saúde herdou um hospital deficiente, com leitos desativados e problemas estruturais.

A primeira providência, antes mesmo da desapropriação do Hosic, foi buscar um parceiro com reconhecida expertise em gestão hospitalar, a Sociedade Assistencial Bandeirantes (SAB), escolhida após consulta pública para administrar o HR de maneira similar ao bem sucedido modelo de Organizações Sociais de Saúde implementado em 17 outras unidades estaduais.

Por meio de um contrato de gestão firmado com a Sociedade Bandeirantes, o Estado garante total suporte financeiro para custeio dos serviços e, em contrapartida, a entidade se compromete a atingir a produção estabelecida, ou seja, cumprir as metas de quantidade e qualidade no atendimento hospitalar.

Esse sistema de gestão, que pode ser considerado um verdadeiro modelo para o país, alia eficiência e otimização dos recursos.

Igualmente fundamental, durante esse período de transição, foi garantir o necessário aporte de recursos para que o antigo Hosic se reerguesse, ampliando serviços e leitos para a população.

Foram mais R$ 16 milhões, enviados pela Secretaria Estadual da Saúde em 2004, para aquisição de novos equipamentos e reforma da unidade.

Os resultados não demoraram a surgir. Quando o Estado assumiu o hospital, havia 124 leitos.

Hoje já são 164, sendo 31 dos quais destinados à terapia intensiva (UTI). Desde sua estadualização, o Hospital Regional internou cerca de 30 mil pacientes e realizou 3.000 cirurgias em 26 especialidades médicas.

Já o ambulatório e o pronto-socorro do complexo realizaram 28 mil atendimentos nesse mesmo período.

Também foram promovidos no hospital quatro mutirões de cirurgias eletivas não urgentes o que permitiu zerar a fila de espera na região.

Para se ter uma idéia da evolução no atendimento do HR, basta comparar os números.

Em julho de 2004, o Hospital fez 242 cirurgias, contra 443 em março deste ano.

A estadualização do hospital permitiu, ainda, aumentar o número de exames laboratoriais. Foram realizados 18.873 em julho do ano passado, contra 68.754 em março deste ano.

Serviços como mamografia, desintometria, tomografia e fisioterapia, que estavam suspensos no antigo Hosic, foram retomados pelo HR ao longo desses 12 meses.

Um ano após sua regionalização, o antigo Hosic ganha nova cara, e a população do Vale do Paraíba, um hospital público à altura de sua importância, com foco na excelência em atendimento em saúde que o Estado, de um modo geral, e a região, particularmente, merecem.

Márcio Cidade Gomes é médico e coordenador de Serviços de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo