Hospital Regional: Serviço Público de Qualidade

Vale Paraibano - Quinta-feira, dia 11 de maio de 2006

qui, 11/05/2006 - 11h28 | Do Portal do Governo

Luiz Roberto Barradas Barata

O governo do Estado herdou, em 1995, 16 prédios inacabados de hospitais públicos deixados por administrações anteriores. Quinze deles, situados em regiões periféricas, estão em plena atividade. A exceção é o antigo Instituto da Mulher, na capital, que será entregue este ano e foi deixado por último por estar localizado numa região onde já havia grande concentração de leitos.

A estratégia de ampliação da rede hospitalar no Estado privilegiou, portanto, a conclusão dessas unidades inacabadas em detrimento da construção de novos prédios. Apenas em Francisco Morato, na Grande São Paulo, decidiu-se erguer um hospital do chão, pois a região era extremamente carente de leitos.

No Vale do Paraíba, entretanto, havia ainda um grande desafio a ser superado, uma vez que a região não contava com um hospital que pudesse ser considerado, efetivamente, como unidade regional para os 27 municípios abrangidos pela DIR (Direção Regional de Saúde) de Taubaté.

A solução encontrada foi a aquisição do antigo Hosic (Hospital Santa Isabel de Clínicas), que passava pelas dificuldades inerentes aos hospitais filantrópicos do país. A Secretaria de Estado da Saúde, então, desapropriou a unidade em maio de 2004 por R$ 20,8 milhões, transformando-a no Hospital Regional do Vale do Paraíba para atender, com qualidade e eficiência, os cerca de um milhão de habitantes da região.

A aquisição do Hosic foi apenas o princípio de um projeto muito maior, que demandou investimentos de outros R$ 20 milhões para garantir a ampliação do novo hospital, contratação de profissionais experientes, reformas estruturais e compra de novos equipamentos. Não era possível esperar um segundo a mais sequer e, por isso, a Secretaria ôarregaçou as mangasõ desde o princípio.

Os resultados desse esforço se traduzem pelos números de um hospital que só cresce e amplia seus serviços. Dos 124 leitos iniciais, hoje a unidade conta com 193, dos quais 31 exclusivamente para terapia intensiva. O total de pacientes internados passou de 18.669 em 2004 para 46.678 no ano passado, um aumento de 151%. Já o número de cirurgias realizadas no mesmo período pulou de 1.809 para 5.229, crescimento de 189%.

A ampliação do atendimento ambulatorial e de emergência no Hospital Regional foi de 391%, passando de 14.752 em 2004 para 72.385 no ano passado. E o total de exames laboratoriais no mesmo período passou de 15.924 para 665.425, um salto de 325%.

Muito mais do que o necessário aporte de recursos por parte da Secretaria, todo esse avanço está respaldado no bom gerenciamento do hospital pela Sociedade Assistencial Bandeirantes, mediante contrato de gestão similar ao bem sucedido modelo de Organizações Sociais de Saúde (OSS), aprovado pelos usuários em pesquisa do Ibope e por relatório do Banco Mundial desenvolvido por pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública.

Por meio desse novo sistema de gestão, o Estado garante a manutenção financeira dos hospitais, mas exige o cumprimento de metas de quantidade, como número de internações e cirurgias, e de qualidade do atendimento. As unidades devem enviar mensalmente à Secretaria um balanço dos gastos efetuados, indicadores de produção e da satisfação dos usuários, dentre outras informações.

Estudo comparativo realizado pela Secretaria com base nos dados de 2004 apontou que os hospitais sob esse novo modelo de gestão realizaram 43% mais internações que as unidades de administração direta, com um custo médio 25% inferior por paciente. Ou seja, o sistema de gerenciamento por contrato de gestão é sinônimo de eficiência e economia, e o Hospital Regional do Vale do Paraíba é um desses bons exemplos.

Dois anos depois, Taubaté e os municípios da região contam com um hospital público totalmente remodelado, com foco na excelência e satisfação total de seus usuários, e que deverá continuar ampliando e melhorando o atendimento público de qualidade prestado à população.

Luiz Roberto Barradas Barata, médico sanitarista, é secretário de Estado da Saúde de São Paulo