Hospital pronto no Natal

Jornal da Tarde - Quarta-feira, dia 6 de setembro de 2006

qua, 06/09/2006 - 10h45 | Do Portal do Governo

Em 22 de dezembro as obras do Instituto acabam

ARYANE CARARO, aryane.cararo@grupoestado.com.br

A vista é melhor que a do Terraço Itália. A 120 metros do chão, num dos pontos mais altos de São Paulo, na Avenida Dr. Arnaldo, Jardim Paulista, é possível enxergar até o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi. Mas o espigão de 28 pavimentos que será entregue em 22 de dezembro não é um novo mirante – embora venha a ter até restaurante no último andar. Trata-se do Instituto Dr. Arnaldo, que por mais de dez anos não passou de um esqueleto que deixava feia a Cidade.

“Escolheu-se essa data propositalmente como um presente de Natal para São Paulo”, disse ontem o governador Cláudio Lembo, ao visitar as obras. O atendimento, no entanto, só começará em janeiro e de forma tímida. Primeiro, receberá as pacientes de ginecologia e obstetrícia do Hospital das Clínicas, que vai gerir o novo edifício. Serão 8 andares e 250 leitos só para o Instituto da Mulher. O prédio, porém, não se limita à proposta original, concebida em 1989, no governo Orestes Quércia, para ser apenas o Hospital da Mulher.

O edifício, com seus 726 leitos, vai receber ainda outros dois institutos: o de Oncologia e o de Transplantes. A idéia é concentrar nos 82.500 m2 de área construída os tratamentos de câncer que são realizados nos vários prédios do HC e a central de transplantes – só as cirurgias do coração é que continuarão sendo feitas no Incor.

“Ele vai começar a funcionar gradativamente. Começa pela área de gineco-obstetrícia, depois transplantes e, finalmente, oncologia”, contou o secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata. Não há previsão ainda de quando isso irá acontecer, mas possivelmente o processo levará mais de um ano para se completar. Até por isso, no primeiro ano de funcionamento, os custos de manutenção estão estimados em R$ 120 milhões. Quando tudo estiver implantado, explica Barata, serão R$ 240 milhões.

Segundo ele, a inauguração do prédio vai desafogar o HC. “Vamos poder ampliar o atendimento. Na área de transplante de rim, por exemplo, o HC conta com 20 leitos. No Instituto serão 40.” O governador cita outras vantagens do prédio que deverá receber pacientes até de outros Estados: “Vai dobrar a capacidade do Hospital das Clínicas. São mais de 30 salas cirúrgicas, sendo que o HC tem cerca de 20. É um grande hospital, eu diria até faraônico.”

Todo o revestimento externo do prédio já está concluído. Agora, é a fase do acabamento interno. Segundo o assessor de obras da secretaria, João Batista Rizek, do 16º ao 22º andares as obras estão prontas, falta colocar apenas os elevadores (serão 19 e já há 7 instalados). As cores creme e azul-piscina imperam nos corredores e quartos. “Cerca de 75% do prédio já estão prontos.” O estágio mais atrasado, de obra bruta ainda, é dos pavimentos de laboratórios e ambulatórios.

O prédio não será só grande, mas também bastante moderno. Rizek conta que, entre as novidades, está o sistema de telemetria. Ele permite a medição e o controle de toda a água e energia consumidos e, com isso, possibilitará ao HC comprar energia, por exemplo, diretamente da fornecedora (e não da AES Eletropaulo). “Isso economiza até 20% dos custos com energia.” Os elevadores também são antivandalismo: se apenas um usuário apertar mais de um botão, ele simplesmente não se move, pois detecta a incompatibilidade entre o número de pessoas e de botões apertados.

Quando terminado, o prédio terá consumido R$ 300 milhões só de construção civil – já somados aos R$ 98 milhões gastos até 1994, quando a obra foi paralisada. Em equipamentos e mobiliário, conta Rizek, serão investidos mais R$ 100 milhões. Estima-se que pelo menos 5 mil pessoas circularão por dia no instituto.