Hepatite e Prevenção no Vale do Paraíba

Vale Paraibano - Sexta-feira, dia 7 de julho de 2006

sex, 07/07/2006 - 11h30 | Do Portal do Governo

Helena Sato

No Estado de São Paulo, 6,5 milhões de crianças e jovens (até 19 anos) ainda não estão imunizados contra e hepatite B, doença silenciosa que pode, nos casos mais graves, causar cirrose, câncer e insuficiência hepática, entre outros problemas. No Vale do Paraíba, 35,7% das crianças e adolescentes ainda não foram imunizadas_ 296 mil das 830 mil pessoas até 19 anos.

A vacina, uma proteção eficaz contra a doença, está disponível gratuitamente em toda rede pública de saúde. Basta ir a qualquer Posto de Saúde, em sua cidade.

Para garantir a imunização de todos os paulistas contra a doença, a Secretaria de Estado da Saúde aproveita para intensificar a vacinação no período de férias escolares, quando as pessoas têm maior disponibilidade de tempo para programar sua ida aos postos de saúde. É muito importante prevenir-se contra a contaminação pelo vírus da Hepatite. Quem ainda não recebeu, ou não lembra se recebeu, as três doses deve procurar uma unidade de saúde o quanto antes.

Estudo da Secretaria indica ainda que a faixa etária de 15 a 19 anos é a que menos foi imunizada contra a hepatite B no Estado: 61% ainda não tomaram a vacina. Em seguida vem a faixa entre 11 a 14 anos, com 58% sem imunização, seguida pela faixa de 5 a 10 anos, com 41%.

A hepatite B é uma inflamação do fígado, causada pelo vírus HBV. Pode ser transmitida, principalmente, por meio de relações sexuais sem preservativo, transfusões de sangue e uso compartilhado de seringas e agulhas entre usuários de drogas. O contato acidental do sangue ou secreções corporais contaminadas pelo vírus, com mucosas ou peles lesionadas, também pode causar a infecção.

Os principais sintomas são: febre, mal-estar, cansaço fácil, dores de cabeça e no corpo, icterícia (cor amarelada da pele), coceira, urina escura e fezes claras.

A vacina contra a hepatite B, considerada a principal forma de prevenção, foi introduzida em 1999 no calendário nacional de imunização do Sistema Único de Saúde (SUS). Por isso, os nascidos antes dessa data podem não ter sido imunizados contra a doença.

O Ministério da Saúde recomenda vacinação de crianças e adolescentes até 19 anos. A primeira dose deve ser aplicada a partir do nascimento. As outras duas ocorrem respectivamente, um e seis meses após a dose inicial. Todos os jovens menores de 19 anos, que não foram imunizados, devem receber as três doses para, dessa forma, se tornarem imunes à doença.

Usuários de drogas, homossexuais e imunodeprimidos devem ter atenção especial à vacinação, pois estão mais expostos ou são mais suscetíveis à doença. No site do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado é possível obter informações aprofundadas sobre a hepatite B e imunização. O endereço do site é www.cve.saude.sp.gov.br.

O Programa Nacional de Imunização vem proporcionando resultados absolutamente satisfatórios, excedendo, por vezes, as expectativas. É o caso, por exemplo, das campanhas de vacinação contra sarampo, paralisia infantil, para crianças menores de cinco anos, e gripe, para idosos com 60 anos ou mais. Todas com altos índices de adesão e controle das enfermidades.

Queremos que o espírito dessas campanhas bem sucedidas sirva como estímulo a todos os paulistas com até 19 anos de idade, durante este mês de julho. Com mais tempo disponível e vacina de graça não há desculpas para não dedicar um pequeno tempo à saúde, assegurando a imunização contra a hepatite B.

Helena Sato é médica pediatra e coordenadora de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo